O titular do 1º Distrito Policial, delegado Izaías Pinheiro, que investiga o acidente que deixou 13 feridos no Parque Mutirama, em Goiânia, afirmou que a unidade estava funcionando de forma clandestina e que a administração é amadorística. A crítica foi feita em virtude da falta de documentações. O responsável pelas investigações já começou a colher depoimentos.
Análises
Izaías Pinheiro declarou em entrevista concedida nesta sexta-feira (28), que o brinquedo Twister pode estar quebrado antes mesmo do acidente. Ele afirma que deve responsabilizar tanto a atual gestão, quanto a administração anterior da capital. A informação que o delegado tem é que a última vistoria aprofundada foi realizada em 2012.
“A perícia vai identificar desde quando existe esta fissura no eixo central, se em 2012 quando foi feita a vistoria se já estava quebrado o eixo. Essa é a informação que nós temos que foi a última vistoria específica, com aparelhagem, raio X, porque este eixo é blindado, não tem como a olho nu saber se estava quebrado. Esta perícia é fundamental porque os peritos vão constatar pela diferença da coloração do eixo, do aço, então dá para identificar mais ou menos um período cronológico que este eixo estava improprio para uso”, afirmou.
Quanto a informação de que o engenheiro tinha contrato mas não era remunerado, também está sendo analisada pela Polícia Civil. Se confirmada esta informação que foi dita pelo presidente da Agetul, Alexandre Magalhães, o engenheiro poderá ser responsabilizado. O delegado declarou que desta forma o parque estava funcionando de forma clandestina.
“A informação de que o engenheiro foi demitido no final do ano, mas estava lá passando e olhando, não é assim que isso funciona a coisa. O engenheiro já tinha dado baixa lá no Conselho Regional da responsabilidade dele com os equipamentos do Mutirama. O Mutirama não poderia funcionar depois disso. O Conselho tendo ciência disso tinha a obrigação de embargar o empreendimento. O Parque Mutirama estava clandestino, assim como o cidadão está construindo um puxadinho na casa dele, o Conselho vai e embarga a obra, agora um parque que tem no dia a dia centenas de crianças e não é impedido pelo conselho, tem alguma coisa errada. O parque estava sendo administrado de forma amadorística, não só agora, mas há bastante tempo”, afirmou.
Também poderá ser investigado se houve negligência no CREA ao tratar da questão do parque Mutirama, pelo fato do presidente da Agetul, Alexandre Magalhães ser irmão do presidente do CREA, Francisco de Almeida Magalhães.
“Isso será investigado porque estranho é, o Conselho ser notificado pelo próprio engenheiro e o parque continuar funcionando. Não é normal”, afirmou.
Em entrevista nesta quinta-feira, Alexandre Magalhães comentou sobre a relação familiar com o presidente do CREA. “Não vejo isso de maneira alguma. O CREA inclusive nos notificou em janeiro, nós respondemos ao CREA a questão do processo seletivo para contratação. Não vejo de maneira alguma isso, não tem esse vínculo”, justificou.
Já o CREA respondeu por meio de nota ainda na quinta-feira, que sobre a relação entre os irmãos Alexandre e Francisco, esta situação não influenciou e que foi estabelecido todo um rito processual por parte do conselho.
Leia Mais
Presidente da Agetul nega imprudência na gestão do Parque Mutirama