Os governos federal, estaduais e municipais do país encerram 2015 com um deficit somado em suas contas públicas de R$ 512,2 bilhões, informou nesta sexta-feira (5) o IBGE.
A conta, que representou 8,5% do PIB (Produto Interno Bruto) naquele ano, inclui a diferença entre receitas e despesas do governo, excluídos os gastos com estatais e aquisição de ativos não financeiros.
O déficit somado registrou alta de 84% em relação ao apurado em 2014, quando totalizou R$ 276,9 bilhões, ou 4,9% do PIB.
Os dados foram apurados pela publicação Estatísticas de Finanças Públicas e Conta Intermediária do Governo.
A piora nas contas públicas elevou a necessidade de financiamento dos governos federal, estaduais e municipais, que atingiu R$ 519,9 bilhões em 2015, segundo o IBGE.
O montante foi equivalente a 8,7% do PIB naquele ano. Na passagem de 2014 para 2015, o governo aumentou em 59% sua necessidade de financiamento.
O ano de 2015 foi quando os primeiros sinais de crise e desaceleração da atividade econômica começaram a surgir.
Os governos encerram o ano já tendo piora em sua arrecadação. Os juros altos também contribuíram para gasto maior, por exemplo, do governo federal.
O resultado teve impacto nos investimentos feito pelos governos.
Em 2015, a formação bruta de capital fixo, indicador de investimento, foi de R$ 101,9 bilhões, queda de 26,2% em relação aos R$ 138,1 bilhões de 2014.
As três esferas de governo apresentaram queda nominal (sem descontar a inflação) na formação bruta de capital fixo. Os governos do Estado tiveram o maior decréscimo, de 38%.
A pesquisa é uma parceria entre o IBGE, a Secretária do Tesouro Nacional e o Banco Central.
Os dados trazem, segundo o IBGE, “uma visão inicial das contas dos governos nos processos econômicos de produção, geração e distribuição de renda, consumo de bens e serviços e acumulação de capital”.
Os dados passarão a fazer parte das Contas Nacionais Anuais, que é a divulgação do PIB. (Folhapress)