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Categorias: Brasil
| Em 7 anos atrás

Defesa diz que OAS não tinha mais poder para dar tríplex a Lula

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A defesa do ex-presidente Lula apresentou nesta terça-feira (20) suas alegações finais na ação penal em que ele é acusado de receber propina da empreiteira OAS por meio da posse de um apartamento tríplex em Guarujá.

É o último passo do processo antes da publicação da sentença pelo juiz Sergio Moro, responsável pela ação.

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Na manifestação, o advogado Cristiano Zanin Martins fez um histórico da documentação do imóvel e afirmou que a empreiteira transferiu os direitos econômicos e financeiros a partir de 2010 para um fundo gerido pela Caixa Econômica.

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Para a defesa, isso mostra que a OAS não tinha como ceder a propriedade ou prometer a posse ao ex-presidente, o que invalidaria a acusação do Ministério Público Federal.

Zanin sustenta que a medida fez parte de uma negociação da OAS para a emissão de debêntures (títulos emitidos por uma empresa para captar recursos). A defesa diz ter providenciado essa documentação ao pesquisar cartórios pelo país por conta própria, já que uma perícia pedida ao juiz foi negada.

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Ele disse que os investigadores não se interessaram em levantar esses documentos na apuração e que não havia como obter a posse sem depositar o valor devido em uma conta vinculada à Caixa.

A defesa volta a afirmar mas alegações que os delatores acusam o ex-presidente para obter benefícios na Justiça, como o empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS. Para o advogado, “a denúncia já tinha ruído por falta absoluta de provas”, quando Pinheiro decidiu fazer as acusações, em abril.

Também afirma que Moro não tem competência para julgar o caso e defende que a responsabilidade de tratar da suspeita de existência de uma organização criminosa na Petrobras é do Supremo Tribunal Federal.

O advogado diz que auditorias independentes na Petrobras não detectaram corrupção sistêmica na companhia nem qualquer ilegalidade cometida pelo ex-presidente no âmbito da empresa.

Zanin também usou como argumento para a absolvição um outro processo julgado por Moro, em que a jornalista Cláudia Cruz, mulher do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi absolvida.

O advogado sustenta que Moro decidiu não condenar a jornalista por “falta de rastreamento” das quantias abordadas na denúncia e afirma que a mesma coisa aconteceu no caso de Lula. “Não se aplicou a máxima de seguir o dinheiro”, disse Zanin. A fala do advogado está disponível em https://www.facebook.com/Lulastruth/videos/1469301159782310/

Acusação

Zanin afirmou que, apesar de as alegações finais terem sido entregues, o juiz pode, em vez de expedir a sentença, determinar mais diligências.

Na sua petição final enviada à Justiça em 2 de junho, a força-tarefa da Lava Jato pediu a “firme punição” do ex-presidente Lula no caso. No documento, o Ministério Público Federal pede a condenação do petista pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, com o pagamento de R$ 87,6 milhões e estabelecimento do regime fechado como forma inicial de cumprimento da pena.

Para os procuradores, que voltam a apontar Lula como “o comandante” do esquema de corrupção na Petrobras, este é “um dos maiores casos de corrupção já revelados no país” -e exige que se afaste “a timidez judiciária na aplicação das penas”.

“Não se pode tratar a presente ação penal sem o cuidado devido, pois o recado para a sociedade pode ser desastroso: impunidade; ou, reprimenda insuficiente”, escrevem os procuradores. (Folhapress)

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