O decreto que regulamenta aplicativos de transporte individual, como Uber, EasyTáxi e 99 Pop não agradou totalmente os motoristas e até os taxistas de Goiânia. O documento assinado na última sexta-feira (6) tem causada polêmica e o vereador Carlin Café (PPS) já apresentou um projeto de decreto legislativo para suspender os efeitos do primeiro.
Durante debate na manhã desta quarta-feira (11) na Rádio 730, representantes dos taxistas e dos motoristas de transporte individual falaram sobre suas sugestões e insatisfações em relação ao decreto, e sobre as questões políticas que envolvem a questão.
Segundo o vice-presidente da Cooperativa de Motoristas Particulares de Goiás (Coompago), Rodrigo Fernando de Jesus, os motoristas de aplicativos estão divididos. “Eles entendem a importância da regulamentação, mas muitos não querem pelos vários pontos de insatisfação com o decreto”, disse ele.
De acordo com Rodrigo, entre os principais desagrados está o fato dos motoristas serem regulamentados apenas na capital e não em toda região metropolitana, o que torna os motoristas irregulares nos outros municípios da Grande Goiânia.
“É muito importante a regulamentação, mas ela tinha que atender também ao motorista. Todas as cidades da grande região tinham que assinar o decreto, isso fortaleceria todo o transporte. Outro ponto é o prazo de regulamentação do motorista, não dá para fazer tudo em 60 dias”, afirmou o vice-presidente do Coompago.
Ele afirma que participou de algumas discussões, no entanto, suas sugestões não foram acatadas, por exemplo, o valor de R$ 0,10 por corrida e não por quilômetro como propões a Prefeitura de Goiânia.
“O melhor a fazer seria um novo decreto, um novo projeto, e não a extinção desse. São 14 mil motoristas cadastrados, cerca de 8 mil ativos, mas muitos deles devem ficar na margem, não vão querer de adequar”, concluiu.
O representante do Sindicato dos Permissionários de Táxi de Goiânia, Hugo Nascimento, também não ficou satisfeito com o decreto. Segundo ele, a categoria dos taxistas sempre foi favorável a regulamentação, mas o documento deixou a desejar.
“O decreto foi feito com base no jargão da preocupação com o usuário, no entanto, não traz nem a exigência de vistoria dos veículos”, afirmou ele.
De acordo com Hugo Nascimento, ele também participou das discussões, mas o decreto, em sua forma final, não foi divulgado para as categorias. Porém, o representante dos taxistas diz que há um sentimento de justiça com a regulamentação.
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