Em entrevista concedida ao Jornal Realidade da Vinha FM, apresentado por Altair Tavares, o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM) reafirmou a intenção de disputar a vaga no senado
Qual a linha do partido em relação a definição de alianças para o processo sucessório de 2014?
Se fizéssemos uma análise das últimas convenções do DEM, notaríamos que o partido só toma sua decisão na data da convenção. Em momento algum deliberamos antecipadamente. Ou seja, sempre respeitamos esta prerrogativa dos delegados de decidir em junho. O que sempre fiz, antes disso, foi caminhar o Estado todo, como estou fazendo, reunindo com lideranças do partido e estimulando candidaturas para deputados federais e estaduais.
Agora, a definição sobre como o partido vai marchar para as eleições, vamos trabalhar para que seja uma força representativa da política de Goiás. Não vamos antecipar. É com este sentimento que tenho agido neste momento do processo eleitoral em Goiás.
Estamos em um momento confuso, diferente, que não guarda nenhuma relação com as outras eleições.
Teve um momento que havia a possibilidade de construirmos uma aliança para tentarmos uma candidatura ao Governo do Estado, mas esta expectativa deixou de ser uma realidade e eu lancei meu nome como candidato ao Senado.
O seu nome foi apontado nas pesquisas, sem a presença de Iris Rezende e Marconi Perillo, como o favorito para a disputa pelo Senado. Como o senhor avalia isso?
Além de agradecer a todos os goianos que confiaram em mim, chamo a atenção para um aspecto. É impressionante como a figura do senador não guarda tanta relevância quanto deveria no processo eleitoral. Eu tenho levantado este debate. O senador não deve ser vinculado ao governador A ou B. O senador trabalha para o povo do Estado. Um senador da república não pode exercer seu mandato visando um comportamento político-partidário. O senador deve ser independente. A função dele é representar o Estado, independente de quem seja o governador de Goiás. Temos que quebrar a ideia deste vínculo. Isso é um contrassenso completo. O senador tem muito mais poder que um deputado na Câmara Federal, até pelo número de representantes. Então trata-se de uma função muito relevante que deve ter autonomia política.
Existe uma especulação de que o senhor seja o candidato ao Senado na chapa do governador Marconi Perillo, no lugar do Vilmar Rocha. O que há de verdade nesta negociação?
Especula-se. Com exceção da chapa do PT, todas as outras especulam nossa participação. Mas a decisão só existirá, de fato, no encontro de delegados em junho, durante as convenções.
Então o senhor está aberto ao diálogo com todos os partido, exceto o PT?
Eu sempre cumpri decisões partidárias. Claro que vou opinar, mas as decisões são de todos os membros do DEM. Esta questão também será discutida no momento certo. Não precisamos antecipar este processo. Alguns nomes já se apresentaram como pré-candidatos, mas ainda faltam definições e não vamos suprimir nenhuma etapa.
O senhor faria uma campanha solo, como já anunciou tempos atrás?
Naquele momento, todos de Goiás tem conhecimento disso, minha vontade era apoiar o pré-candidato Vanderlan Cardoso. Mas o cenário mudou e ainda não definimos.
O senhor disse que o momento é confuso. Por que?
Primeiro, porque nós sabemos que o momento que nos leva a uma reflexão de tudo que aconteceu. Os escândalos que se proliferaram em todas as áreas do governo e as dificuldades econômicas. É diferente também pela Copa do Mundo. Não sabemos ainda sobre como será a recepção do evento pela população depois de tantos escândalos de corrupção envolvendo a construção dos estádios. As redes sociais também vão influenciar muito. Vivemos um momento político peculiar, inteligente. O político não pode subestimar o eleitor.
Nesta eleição o senhor já descartou o apoio a Vanderlan Cardoso?
Não se trata disso. Eu sempre tive uma posição clara, mas sempre me curvei as definições do colegiado. Não estou declarando apoio a ninguém, nem retirando. Todos sabem do meu relacionamento de amizade com Vanderlan, mas não vou misturar o pessoal com o político. Vou respeitar o resultado da convenção partidária. O restante é especulação.
Em relação a eleição nacional, o DEM estará com Aécio Neves?
O presidente nacional do partido, senador José Agripino, que deve responder por isso. Parte do DEM não concorda com o apoio ao pré-candidato tucano, até lançaram meu nome à Presidência da República. Mas houve um recuo em virtude da vontade de crescimento da bancada do partido.