Alguns dias após a denúncia feita em Goiânia, a Senadora eleita pelo Distrito Federal Damares Alves (Republicanos) afirmou que ela e o presidente Jair Bolsonaro estão sendo ameaçados de morte. A ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, porém, disse que as ameaças estão acontecendo desde que ela foi eleita, no dia 2 de outubro, mas só resolveu falar sobre o assunto agora, após a exposição do caso de violência contra as crianças, que repercutiu de forma negativa na internet. Veja o vídeo postado pela pastora sobre as ameaças.
No vídeo, diferente do que fez na igreja ao falar das crianças, Damares mostra provas de pessoas que publicaram na internet a vontade em tirar a sua vida e a de Bolsonaro. Também diferente do que ela fez na ocasião das denúncias de violência contra criança, em que não afirmou se a polícia estava atuando para ajudar, a senadora eleita informou que caso de ameaças contra ela já foram reportados a polícia e estão em investigação.
Em relação ao que ela disse em Goiânia, no último sábado (8), a repercussão gerou reação negativa de muitos internautas e autoridades, pois Damares, ao invés de oficializar a denúncia, apenas falou sobre o assunto num igreja, expondo os fatos e espetacularizando, sem provas, torturas sofridas por crianças na Ilha do Marajó, no Pará. Situação, que chegou até o Ministério Público Federal (MPF), fez, inclusive, com que o órgão pedisse esclarecimentos sobre os fatos.
Em resposta, o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos afirmou, por meio de nota enviada à imprensa nesta terça-feira (11/10), que denúncias foram baseadas em “numerosos inquéritos já instaurados que dão conta de uma série de fatos gravíssimos”. A pasta que foi comandada por Damares durante os últimos três anos na gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) também disse que o Ministério “tem total ciência da gravidade do problema e age diuturnamente para combater essas e outras práticas criminosas”.
Mesmo assim, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão decidiu determinar, também nesta terça-feira (11), que o ministério gerido por Damares à época, prestasse mais informações sobre todas as denúncias de violência contra crianças que recebeu desde 2016 no prazo de três dias. A solicitação da instituição quer que as denúncias envolvendo “tráfico transnacional de crianças e estupro de vulneráveis”, ocorridas entre 2016 e 2022, sejam reportadas “detalhadamente” e se estão “em trâmite ou não”.