Depois que Ministério Público de Goiás (MPGO), recomendou, na última semana, que um clube de tiro para crianças em Jataí, Sudoeste goiano, suspendesse um curso de arma de pressão, a empresa desativou o projeto. Chamado de “Hunter Atirador Mirim”, imagens do local repercutiram negativamente ao mostrar jovens segurando armas dias após a diversos episódios de violência em escolas pelo Brasil.

Nos vídeos e fotos do evento, realizado no dia 1º de abril, as crianças foram vistas manuseando pistolas de airsoft, que funcionam por ar comprimido e têm as pontas coloridas para se diferenciarem das armas de fogo. Na ocasião, os pequenos atiravam em balões e alvos de papel, além de correrem circuitos de tiro acompanhados de instrutores adultos. No final do evento um pódio mostrava as melhores crianças atiradoras.

Publicidade

Os episódios violentos lembrados e relacionados por conta deste evento em Jataí, definidos pela Promotoria que pediu o cancelamento do projeto, foram os ocorridos em São Paulo (SP), Blumenau (SC), e aqui mesmo em Goiás. O primeiro resultou na morte de uma professora de 71 anos atacada por um aluno, o segundo resultou na morte de quatro crianças entre 4 e 7 anos. Já o terceiro, dias depois, aconteceu em Santa Tereza de Goiás, onde um adolescente de 13 anos feriu três colegas com uma faca em uma escola estadual.

Publicidade

O advogado responsável pela defesa do clube de tiro, por sua vez, divulgou uma nota de esclarecimento afirmando que o Clube Hunter usa pistolas de airsoft, que não são armas de fogo ou simulacros e que os pais das crianças estavam presentes no evento.

Publicidade

Ainda conforme a nota, “a intenção do evento foi ensinar o manuseio da airsoft, sobretudo, para demonstrar que mesmo a arma de brinquedo tem suas regras de utilização que devem ser respeitadas, sobretudo, para evitar acidentes envolvendo menores”. Mesmo com o argumento, o clube informou o cancelamento do projeto em seu perfil no Instagram, como informado no início deste texto.

Na justificativa das redes sociais, consta que “a decisão foi tomada devido aos recentes atos criminais que ocorreram após a realização do projeto, os quais não possuem ligações entre si” e que se “reitera novamente seu repúdio a qualquer forma de violência e ódio, especialmente aqueles que ocorrem nas escolas”.

Publicidade
Publicidade