Os dias de Carnaval começam na próxima sexta-feira (17) e, mesmo com as festas já acontecendo pelo Brasil, as multidões vão se intensificar ainda mais e, com elas, as aglomerações, o aumento de contato físico, muito beijo na boca e as relações sexuais. Isso pode fazer parte das necessidades e instintos do ser humano, mas, como alerta o médico intensivista José Israel Sanchez Robles, é preciso ter cuidado com a saúde, principalmente neste período pós pandêmico.
“São muitas as doenças que podem ser contraídas do toque à relação sexual, entre elas a mononucleose infecciosa, conhecida como a doença do beijo, é causada por um vírus do tipo herpes chamado Epstein-Barr e, pode ser transmitida, como diz o nome popular, pelo beijo”, explica o especialista.
De acordo com José Israel, a mononucleose pode muitas vezes ser assintomática ou confundida com outros problemas de saúde simples como uma inflamação da garganta. “A doença atinge principalmente jovens entre 15 e 25 anos, porém é pouco conhecida em indivíduos desta faixa etária, e é mais comum em épocas como, claro, o Carnaval”, reforça.
O médico explica, ainda, que a saliva é a principal forma de transmissão da doença e que os sintomas, quando notáveis, podem aparecer até depois de um mês do contato com o vírus. “O infectado pode sentir dor de garganta, febre, fadiga, inchaço dos gânglios, tosse, perda de apetite, inflamação do fígado e do baço”, pontuou, completando que, “é difícil prevenir totalmente doenças como essas”, mas que “a informação é essencial para ajudar a diminuir a incidência”.
Além da doença do beijo, há diversas outras doenças, como as mais recentes Covid-19 e a Mpox. No caso da covid, o médico lembra que, estar vacinado faz toda a diferença: “vimos do que essa doença é capaz, e a imunização é parte fundamental da luta contra esse vírus”.
Sobre a Mpox, popularmente conhecida como a “varíola do macaco”, é transmitida pelo contato com lesões de pele e mucosas de pessoas infectadas, devendo ficar claro que, embora esteja caminhando para a redução de casos em alguns países, a doença ainda é um problema de saúde pública em vários lugares do mundo, como nas Américas e, consequentemente, no Brasil.
Vale lembrar que, até o fim de janeiro de 2023, foram confirmados 10.711 casos de Mpox no Brasil, dos quais 11 infectados vieram a óbito.
Dentre os sintomas, pode haver febre, sudorese, dor de cabeça, dor no corpo e cansaço, além das lesões na pele.
“É importante ressaltar também as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) que costumam infectar mais pessoas em períodos como o do Carnaval, o que faz com que a proteção seja sempre levada em consideração: uso de preservativo, principalmente”, reitera.
Tanto para evitar a proliferação de Covid-19, da Mpox e ISTs em geral, regras básicas ajudam muito: higienizar as mãos com frequência; usar luvas descartáveis se houver necessidade de curativo ou manejo das lesões; usar máscaras de proteção facial e uso de preservativo em todos os tipos de relações sexuais.