O São Paulo anunciou que Christian Cueva seria o entrevistado do dia no CT da Barra Funda, no fim da tarde desta segunda-feira (11). O peruano, figura rara para conversar para as coletivas no clube, apareceu na sala de imprensa para comentar a relação com Rodrigo Caio.
O zagueiro havia cobrado o meia publicamente na última quinta-feira (7). Em resposta, o camisa 10 ironizou o companheiro de time após o duelo com a Ponte Preta no sábado (9). Na ocasião, Cueva, ao ser questionado por repórteres sobre o momento do clube, se limitou a dizer: “Falem com o Rodrigo Caio”.
Nesta segunda, mais cedo, a dupla teve conversa particular de pouco mais de dez minutos para esclarecer a confusão.
“Conversamos por Whatsapp antes e, hoje [segunda], falamos antes do treino, conversamos e foi bom. Depois de tudo isso, conversamos com o grupo, o que precisaria acontecer. O erro foi meu. Começaram a passar as imagens do que Rodrigo falou de mim, só vi isso, me irritei e agora peço desculpa publicamente a ele, aos companheiros e a todo o São Paulo”, disse Cueva, que terminou a entrevista com um pronunciamento: “E queria falar uma coisa: nunca vou me esconder do meu grupo nos momentos ruins”.
Após a conversa particular, Cueva e Rodrigo conversaram com o restante do elenco, comissão técnica e até dirigentes. O peruano não quis falar o que foi discutido na reunião, mas acredita que o saldo foi positivo.
“Mostra que sabemos a situação em que estamos. Não é momento de falar ou fazer coisas que não vão ajudar o grupo. Entendemos o torcedor. O São Paulo é grande, não vai cair. Reverteremos a situação com trabalho. Essa é a única maneira. E todos juntos, como é o São Paulo. Muitos falam que estamos brigando e não é assim. Não gosto que falem coisas erradas. Somos uma família. Famílias têm problemas, mas resolvem eles internamente”, explicou.
As recentes críticas da torcida, do elenco e dirigentes por mais dedicação também foram tema da entrevista do camisa 10. Acelerado, Cueva chegou a fazer comentários durante as perguntas e foi enfático a cada resposta.
O jogador negou qualquer frustração por não ter sido negociado com o futebol europeu e ainda defendeu a ideia das torcidas organizadas em fazer reunião com o grupo no CT: “Eles estão no direito deles. Nos momentos duros, também estiveram com a gente. Mas tem que ser uma conversa para somar”.
“Não sei o sentido da palavra cobrar aqui. Cobrar para mim é quem fala as coisas diretamente e de boas maneiras. No meu trabalho é assim, como foi comigo e onde todos defendem o São Paulo, como eu, Rodrigo, Lugano, Petros, Pratto. Precisamos trabalhar juntos. Falava-se muito que fiquei chateado por não ter saído. Isso é secundário. Cheguei aqui porque quis, porque sei o que representa esse clube grande. Se chegar uma proposta, será tratado internamente. Isso nunca me fez cair de rendimento”, completou.
SELEÇÃO PERUANA
“No momento bom, quando estava jogando bem, o clube estava em momento ótimo e me cobravam na seleção. Agora, a coisa se reverteu. É futebol, são momentos. Em algum momento vamos tomar outro caminho.”
RESERVA
“Quem sou eu para dizer se é justo ou não. Cabe ao técnico e eu vou continuar apoiando meus companheiros. Não importa quantos minutos ou a situação, o São Paulo precisa de mim, de Rodrigo Caio, de todo mundo e da torcida.”
EVOLUÇÃO
“Lógico que teve uma melhora. Às vezes, os resultados não aparecem, mas tem uma melhora, mesmo que eu ou Lugano não joguemos. Jogamos bem. Poderíamos ter ganhado, abrimos 2 a 0, mas o futebol é assim. Pequenos erros nos levaram a isso. Teve o pênalti. Vamos melhorar a cada dia.”
TORCIDA
“A gente fica triste por isso, porque a torcida está lotando o estádio. Temos que aplaudir. Queremos dar alegria a eles e vamos dar. o São Paulo não pode cair. E a diretoria também tem feito muito. Sei que falam muito sobre eles, mas estamos trabalhando juntos. Enfrentamos os momentos duros juntos.”
DIRETORIA
“Está sempre junto da gente, dando o melhor. Ninguém me deve nada, o clube cumpre com tudo. Eles se preocupam com o jogador e com a pessoa. Nós não descartamos isso.”