Categorias: Economia

Crise faz desaparecer empregos na construção

Brasília – Uma tempestade perfeita, formada pelo ajuste fiscal, a alta dos juros, a Operação Lava Jato e a redefinição da modelagem das concessões no setor de infraestrutura lançaram o setor de construção civil numa crise sem precedentes. Levantamento realizado pelo Sindicato Nacional da Indústria da Construção (Sinicon), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mostra que o setor respondeu por metade dos desligamentos registrados no País nos últimos 13 meses.

De maio de 2014 a maio de 2015, houve uma redução de 593.375 empregos com carteira assinada, considerando todos os setores. Desses, 334.735, ou 56,4%, estão na construção. E, mais especificamente, 174.655 desligamentos, ou 29,4%, ocorreram na chamada construção pesada, onde estão as obras de infraestrutura, como usinas hidrelétricas, rodovias e ferrovias.

Um executivo do setor explica que grandes volumes de demissões não são incomuns, pois elas seguem o ciclo de realização das obras. Uma vez concluídas, os trabalhadores são desligados, e essa é uma rotina comum ao setor. O usual, porém, é que eles se transfiram para outros empreendimentos que estão começando. É fácil encontrar, nas frentes de grandes construções, pessoas que estão há mais de uma década passando de uma obra para a outra.

A diferença é que, agora, o setor vive uma paradeira e esse ciclo corre sério risco de ser interrompido. É o que mostrou, por exemplo, reportagem publicada pelo Estado no último domingo, ao revelar que os 40 mil funcionários que hoje estão ligados às obras da usina Belo Monte, no Pará, não têm outra grande hidrelétrica em construção para se reempregarem.

Desaceleração. Pressionadas pelo esgotamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como principal fonte de financiamento, as grandes obras já vinham em processo de desaceleração antes mesmo do início da operação Lava Jato, da Polícia Federal, iniciada em março de 2014.

As investigações, que atingiram as maiores construtoras do País, só fizeram agravar o problema econômico. Além de haver colocado contra a parede as empresas que até então eram as principais agentes na área de infraestrutura, elas fizeram com que os potenciais investidores estrangeiros colocassem seus planos em compasso de espera, para “ver o que acontece”.

Combinado com isso, o governo passou a redefinir o modelo e as condições de seu programa de concessões em infraestrutura. Em elaboração, ele só deverá ganhar velocidade em 2016. Tudo somado, o setor de infraestrutura passa por um momento de transição. E a retomada ainda levará algum tempo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

(Estadão Conteúdo)

Samuel Straiotto

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