Antes cotado para assumir algum cargo na equipe ministerial do novo governo, o economista goiano Henrique Meirelles agora faz alertas sobre a condução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na economia. O petista tem feito críticas ao teto de gastos, ferramenta criada pelo economista enquanto ministro da Fazenda no governo Michel Temer (MDB) e durante sua posse neste domingo (1º) chamou a ferramenta de ‘estupidez’.
“O novo governo está acenando agora com um caminho diferente: o do aumento dos gastos públicos para tentar fazer o Brasil crescer. Foi o que fez o governo Dilma, e lembramos o que aconteceu”, escreveu numa rede social nesta segunda-feira (02).
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Em seu primeiro discurso ainda no plenário da Câmara dos Deputados, Lula disse que o teto de gastos impedia investimentos fundamentais na saúde e por isso, iria revogá-lo.
“O SUS é provavelmente a mais democrática das instituições criadas pela Constituição de 1988. Certamente por isso foi a mais perseguida desde então, e foi, também, a mais prejudicada por uma estupidez chamada Teto de Gastos, que haveremos de revogar”, pontuou o agora presidente da República.
Henrique Meirelles alerta que a revogação do teto de gastos pode fazer o país ter consequências vividas em períodos prévios a 2016. “A dívida pública e o déficit fiscal ficaram maiores, a confiança na economia caiu, os investimentos privados diminuíram e, em consequência, houve recessão”, pontuou.
Meirelles destaca que para fazer investimentos, um caminho seria privatização de estatais ‘desnecessárias’. “O caminho da responsabilidade fiscal é sempre o mais seguro. Para aumentar despesas necessárias, como as da área social, é preciso cortar as desnecessárias, como de estatais sem mais finalidade, além de benefícios tributários”, pontuou.
E por fim, alertou que se Lula cumprir com seu intento de revogação, poderá levar o Brasil a um cenário de descontrole econômico. “Teto de gastos só atrapalha gestor que quer gastar além do possível. E essa é uma prática perigosa, que leva a descontrole fiscal, redução do emprego e recessão. Não queremos e não podemos repetir esse filme. O Brasil não tem tempo para erros já cometidos no passado”, pontuou.