Brasília – A CPI do HSBC do Senado aprovou, na manhã desta quinta-feira, 16, pedido para que o Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) envie à comissão 50 relatórios de inteligência fiscal (RIF) de pessoas sob suspeita de terem realizado operações atípicas na filial do banco na Suíça.
Nos requerimentos para ter acesso aos documentos do Coaf, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) justificou o pedido com o argumento de que dos relatórios já elaborados que foram encaminhados às autoridades judiciárias constam “fundados indícios” de cometimento de crimes previstos na Lei de Lavagem de Dinheiro. “Estes relatórios nos dirão, pelo menos, como estes senhores movimentaram essas contas, o porquê da opção da Suíça e podem nos dar indícios de qual a origem do dinheiro“, afirmou Randolfe, que é vice-presidente da comissão.
Em outro pedido aprovado a CPI cobrará informações de 126 pessoas listadas na base de dados do Coaf como detentoras de contas no HSBC na Suíça e que são alvo de investigações relacionadas a supostas fraudes fiscais. O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), autor desse requerimento, quer a confirmação dessas pessoas se possuem conta no banco e, em caso afirmativo, se a declararam à Receita Federal e ao Banco Central, conforme determina a legislação brasileira.
Foi aprovado ainda convite para que o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, fale à comissão como estão as investigações sobre o tema. “Vale ressaltar que há suspeita de cometimento de delitos extremamente graves. Crimes contra o sistema financeiro, crimes de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e demais ilícitos que tenham impacto expressivo, tais como corrupção, tráfico de drogas e receptação, entre outros“, afirmou o senador Ferraço, autor desse outro requerimento.
A CPI foi aberta para investigar irregularidades praticadas pelo HSBC na abertura de contas irregulares, em que mais de U$ 100 bilhões foram potencialmente ocultados do Fisco de mais de 100 países. Estima-se que há cerca de 8 mil brasileiros entre os correntistas, que tinham, numa estimativa preliminar, mais de R$ 7 bilhões ocultados do Fisco nacional.
(Estadão Conteúdo)