A CPI do BNDES no Senado aprovou nesta terça-feira (12) requerimento para que sejam convocados a prestar explicações o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e o ex-presidente do banco Luciano Coutinho.
Inicialmente, os senadores tinham aprovado a convocação também do ex-presidente Lula. Após protestos da oposição, o petista acabou sendo dispensado.
Senadores da base aproveitaram a ausência de parlamentares de oposição para apresentar os requerimentos, que não estavam previstos inicialmente na pauta da CPI.
Ao saberem que a convocação de Lula estava em discussão, os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Paulo Rocha (PT-PA) compareceram à sessão.
A chegada dos petistas foi marcada por bate-boca no plenário. “Isso é sorrateiro”, disse Rocha em pé e com o dedo em riste em direção à presidência da CPI.
“O Lula não merece. Não é muito pedir que a gente vote isso às claras. Não estava na pauta, presidente. Não estava”, disse Lindbergh.
O presidente do colegiado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), concordou então em colocar um outro requerimento em votação e Lula foi dispensado de prestar esclarecimentos.
“Uma reunião que é chamada para ser audiência pública não pode virar deliberativa, foi um atropelo ao regimento”, afirmou Lindbergh, autor do segundo requerimento.
Ele afirmou que a oposição apresentará questão de ordem no plenário do Senado para derrubar as convocações de Mantega e Coutinho, mas considerou uma “vitória importante” a dispensa de Lula.
O petista acusou ainda os membros governistas da CPI de quererem criar um “fato político” às vésperas do depoimento do ex-presidente em Curitiba. “Isso é um factoide”, afirmou.
Alcolumbre rebateu o petista e ironizou, afirmando que os oposicionistas consideram que tudo é golpe. “Eles estão fazendo isso a vida toda, a palavra ‘golpe’ na boca deles é doce”, afirmou ao fim da reunião.
De acordo com ele, os requerimentos foram votados de maneira legal em relação ao regimento. “O presidente tem a prerrogativa de fazer votação extra pauta”, afirmou.
A CPI do BNDES foi criada na esteira da crise da delação da JBS, em maio. O objetivo da comissão é apurar os contratos do frigorífico, e de outras empresas, com o banco de fomento.
Paralelamente, o Senado realiza uma Comissão Mista para apurar contratos e a atuação da JBS. (Folhapress)