O Corpo de Bombeiros localizou nesta sexta-feira (4) o primeiro corpo de um dos desaparecidos do desabamento do prédio Wilton Paes de Almeida, ocupação de sem-teto de 26 andares que caiu na madrugada da última terça-feira ( 1º), no centro de São Paulo, após um incêndio atingir todo o edifício.
Segundo os bombeiros, era um homem com diversas tatuagens no corpo e o cinto de segurança usado durante a tentativa de salvamento, informações que apontam para que seja Ricardo, o homem conhecido como “Tatuagem” que estava sendo resgatado quando o prédio desabou.
O local onde o corpo foi encontrado sob os escombros foi apontado por Vasty, uma pastora belga farejadora, na tarde de quinta-feira (3). O corpo foi retirado e levado ao Instituto de Criminalística.
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Os trabalhos de busca avançaram nesta sexta com o apoio de escavadeiras, que passaram a remover os escombros com mais velocidade. O maquinário pesado conseguiu levar as equipes de resgate até a “zona habitável” no meio dos destroços. No local, os bombeiros encontraram nesta manhã botijões, armário de roupas e eletrodomésticos.
Oficialmente, desde a manhã desta sexta, os bombeiros trabalham com seis desaparecidos: Ricardo, conhecido como “Tatuagem”, Selma e seus dois filhos gêmeos e um casal de sem-teto. A Prefeitura de São Paulo também diz que ainda não localizou o paradeiro de 49 moradores cadastrados que habitavam a ocupação popular antes da tragédia. O 1º corpo encontrado pode ser o de Ricardo, segundo os bombeiros.
A polícia disse que, após ouvir uma testemunha, concluiu que um curto-circuito no 5º andar, provocado por excesso de aparelhos ligados em uma tomada foi a causa do fogo no prédio. No local havia quatro pessoas: marido, mulher e duas filhas.
“O incêndio começou em decorrência de curto-circuito, em uma tomada com TV, micro-ondas e geladeira. Não foi briga de casal. O que aconteceu foi fatalidade”, disse Mágino Alves, secretário de Segurança. Dois moradores do cômodo foram hospitalizados. Uma das vítimas é uma criança de 3 anos, em estado grave, diz Mágino. O pai teve dois terços do corpo queimado.
As buscas entraram nesta sexta no quarto dia. Nas primeiras 48 horas, os bombeiros controlaram o incêndio principal e resfriaram os destroços para conter novos focos.
Também varreram os escombros com câmeras térmicas, drones e cães farejadores. Os animais, que possuem alto grau de assertividade, já haviam indicado às equipes o local onde estava a corda que chegou a ser utilizada no resgate de Ricardo ainda no primeiro dia das operações.
A região onde a corda foi retirada passou a ser prioritária. Nesta quinta (3), o uso de maquinário pesado deu outro patamar à operações. Escavadeiras passaram a revirar a montanha de entulho, que atingiu 15 metros, e acelerou o trabalho dos bombeiros retirando da frente deles grandes blocos de concreto.
O braço mecânico funcionou. Os bombeiros passaram a vasculhar a zona habitável, um lugar que no jargão técnico dos bombeiros tem um grande potencial de concentrar desaparecidos por conter muitos dos objetos que eram utilizados por eles.
Até o momento, os bombeiros ainda não localizaram os bolsões vitais sob os escombros, o que diminui ainda mais a chance de haver algum sobrevivente. Nos bolsões, as vítimas têm ar para respirar e, por isso, sobrevivem, a depender do tempo em que ficam soterradas. (Folhapress)
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