Jacksonville – Guerrero e seus empresários serão chamados a partir desta terça-feira pela diretoria do Corinthians para uma nova rodada de negociações sobre a renovação do contrato do atacante. Segurar o peruano no clube é a prioridade do presidente Mário Gobbi antes da eleição que vai eleger o seu sucessor em 7 de fevereiro. O dirigente tem pressa porque, desde o último dia 15, Guerrero está livre para assinar um pré-contrato com outro clube e deixar o Parque São Jorge no meio ano de graça.
A renovação do contrato com o atacante se arrasta desde 2013 e, apesar da pressa de Gobbi, a estratégia dos empresários do jogador é esperar a nova diretoria tomar posse para, então, recomeçar as negociações. Em pouco mais de um ano, o peruano já trocou quatro vezes de empresários. Agora, ele é agenciado pelo mesmo grupo que cuida das carreiras dos também corintianos Bruno Henrique, Jadson e Edílson.
O grupo agencia ainda o atacante Dudu, que chegou a acertar a transferência para o Parque São Jorge, mas depois fechou com o Palmeiras. Por causa do negócio fracassado com Dudu, os empresários criticaram a postura da diretoria do Corinthians e chegaram a distribuir uma nota à imprensa na qual afirmaram que o clube estava em “processo latente de apequenamento“. Em atrito com Gobbi e seus aliados, os empresários preferem tratar da renovação do contrato de Guerrero com o novo presidente, depois de 7 de fevereiro.
A última proposta feita por Gobbi foi recusada pelo atacante e, por isso, o dirigente pediu uma nova reunião com o jogador e seus representantes para depois do retorno da equipe da pré-temporada nos Estados Unidos. O atacante exige US$ 7 milhões (R$ 18,9 milhões) de luvas e mais R$ 500 mil de salário.
Guerrero e seus representantes não estão dispostos a reduzir o pedido, principalmente depois de o jogador ter retornado nesta segunda-feira ao Brasil ainda mais valorizado. O peruano foi eleito o melhor jogador da Florida Cup, torneio amistoso que o time disputou com Fluminense, Bayer Leverkusen e Colônia (ambos da Alemanha). O meia Renato Augusto, que defendeu o Bayer Leverkusen por quatro temporadas (de 2008 a 2012), por exemplo, visitou o vestiário do time alemão no último sábado, depois da vitória por 2 a 1 com dois gols de Guerrero, e disse ter ouvido dos antigos companheiros muitos elogios ao peruano.
Sem dinheiro em caixa e com salários atrasados, Gobbi corre para buscar recursos e atender ao peruano. Além de manter o maior ídolo da torcida no clube, renovar com Guerrero agora pode significar votos na eleição presidencial. Contra o Bayer Leverkusen, em Jacksonville, por exemplo, a torcida pediu em coro “Fica, Guerrero”.
“Ele sabe que estamos nos esforçando da melhor maneira possível. Vamos sentar para encontrar um acordo o quanto antes para que o atleta, nós e a torcida possamos ficar tranquilos. Sabemos da importância que ele tem“, disse o gerente de futebol Edu Gaspar.
(Estadão Conteúdo)
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