ALEX SABINO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Pela quarta vez neste século as semifinais do Campeonato Paulista terão os quatro grandes do futebol estadual. A última peça do quebra-cabeças aconteceu nesta quinta (22), quando o Corinthians venceu o Bragantino por 2 a 0 e garantiu a classificação.
Por definição da FPF (Federação Paulista de Futebol), a equipe de Fábio Carille vai enfrentar o São Paulo no domingo (25), às 16h, no Morumbi, e depois atuará no Itaquerão, na quarta (28). Antes disso, no sábado (24), às 19h, o Santos enfrenta o Palmeiras e repete a dose na terça (27). As duas partidas deverão ser no Pacaembu.
Nos últimos 17 anos, a regra do torneio tem sido um time do interior entrar na briga pelo título. Foi o que aconteceu no ano passado, por exemplo, quando a Ponte Preta chegou à final. Em 2014, o Ituano foi campeão. Além da atual temporada, 2009, 2011 e 2015 tiveram as semifinais formadas por Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos no século XXI.
Acreditava-se que o Corinthians estivesse na situação mais difícil. Havia perdido para o Bragantino a primeira partida das quartas de final, no último domingo (18).
Isso não aconteceu. A equipe dominou o jogo e poderia ter feito mais do que os dois gols, a conta exata para se classificar sem a necessidade da disputa de pênaltis. As alterações na equipe feitas por Fabio Carille deram resultado, especialmente a de Mateus Vital no lugar de Romero. O meia-atacante melhorou o passe do time e criou três chances de gol.
O gol poderia ter saído antes dos 29 minutos, quando Sidcley acertou chute cruzado para abrir o placar. Não aconteceu por chances perdidas por Clayson e Junior Dutra. Quando o atacante desperdiçou a oportunidade ao receber sozinho na área, a torcida presente no estádio se irritou mais do que seria esperado, revelando uma impaciência com o atacante que paga o preço por ter sido, teoricamente, contratado para a posição de Jô. Pouco importa que isso não seja verdade.
Na visão de Carille, Dutra não é centroavante e sim um jogador para atuar pelos lados do campo (embora seja lento) ou mais como meia. Mas o treinador não tem opção para um jogador de área, peça que precisava diante do Bragantino.
A saída de Gabriel, com Ralf plantado na posição de primeiro volante, deu mais liberdade ofensiva para Maycon. E foi dele o segundo gol, ao acertar chute no ângulo direito aos 44 do 1º tempo.
O Bragantino não tinha, nem de perto, o mesmo poder de penetração mostrado na primeira partida das quartas de final. Teve uma grande chance quando o placar era 1 a 0 mas Matheus Peixoto, artilheiro do time no torneio com cinco gols, mandou para fora. Esta era a única jogada encontrada pela equipe do interior: os cruzamentos na área. Com o passar do tempo, isso ficou cada vez mais evidente. Todas as faltas, mesmo as que aconteciam na intermediária, eram usadas para colocar a bola na área.
Com espaço pelas pontas do campo, o Corinthians ameaçou o terceiro, mas ficou apenas nisso. O momento que a torcida mais vibrou nos 45 minutos finais foi quando Carille chamou o garoto Pedrinho para entrar na vaga de Clayson. O atacante de 19 anos fez o gol no primeiro jogo das quartas de final que tornou mais fácil a missão do time no Itaquerão. Antes de sua finalização nos minutos finais, o Bragantino vencia por 3 a 1.
Na semifinal, o Corinthians terá a chance de decidir em casa contra o São Paulo, um adversário contra o qual tem obtido bons resultados, especialmente em partidas eliminatórias. No Estadual, levou a melhor nas últimas três vezes que o enfrentou nas semifinais. A última vez foi no ano passado. Antes disso, eliminou o rival em 2013 e 2009 na mesma fase.
A última classificação do São Paulo em semifinais às custas do Corinthians aconteceu em 2000.
“A gente não fez no primeiro jogo o que poderia. Desta vez, em casa, o Corinthians esteve mais dentro do que se esperava”, comemorou o zagueiro Henrique.
CORINTHIANS
Cássio; Mantuan, Balbuena, Henrique, Sidcley; Ralf, Maycon, Mateus Vital (Romero), Rodriguinho; Clayson (Pedrinho), Júnior Dutra. T.: Fábio Carille
BRAGANTINO
Alex Alves; Diego Macedo, Lázaro, Guilherme Mattis, Fabiano (Gerley); Adenílson, William Schuster, Vitinho, Danilo Bueno (Artur); Léo Jaime (Ítalo), Matheus Peixoto. T.: Marcelo Veiga
Estádio: Itaquerão, em São Paulo
Público: 32.930 pagantes (total: 33.192)
Renda: R$ 1.554.163,80
Juiz: Vinícius Gonçalves Dias Araújo
Cartões amarelos: Balbuena (Corinthians); William Schuster e Diego Macedo (Bragantino)
Gols: Sidcley, aos 29min, e Maycon, aos 44min do primeiro tempo