Um teste com uma bomba de hidrogênio teria sido realizado pelo governo da Coreia do Norte na madrugada deste domingo (3).
Segundo as agências internacionais, o país asiático anunciou o teste por meio de sua imprensa oficial e afirmou que obteve êxito na operação. Este seria o sexto teste nuclear realizado pelo governo do ditador Kim Jong-un.
Após analisar dados de um forte tremor detectado às 0h36 (no horário de Brasília), o governo japonês declarou – antes do anúncio oficial norte-coreano -, que havia sido detectado um novo teste atômico na região que abriga as instalações nucleares da Coreia do Norte, a nordeste do país.
Risco coreano Entenda a crise As origens da crise entre as duas Coreias Conheça os riscos da bomba de hidrogênio Como Kim Jong-un conseguiu criar um míssil intercontinental Saiba como poderia ser uma guerra com a Coreia do Norte O tremor de 6,1 graus de intensidade na escala Richter foi identificado na província de Hamgyong do Norte, que faz fronteira com a China, e onde fica situada a base de testes nucleares de Punggye-ri.
“Chegamos à conclusão de que a Coreia do Norte realizou seu sexto teste nuclear”, disse o ministro de Assuntos Exteriores do Japão, Taro Kono, para a imprensa do país.
Como resposta, aviões de reconhecimento da Força Aérea japonesa foram enviados à área para identificar possíveis variações do nível de radioatividade no ar. Já a Coreia do Sul, elevou ao máximo seu nível de alerta contra o vizinho.
Bomba de grande poder destrutivo
Na noite de sábado (2), o regime anunciou que havia desenvolvido uma bomba de hidrogênio que, diz, tem “grande poder destrutivo” e poderia ser colocada em mísseis intercontinentais.
Analistas viram a declaração como um possível novo elemento de tensão entre Kim Jong-un e os Estados Unidos, mas também como uma propaganda por considerarem que a ditadura não teria tecnologia suficiente para fazer a bomba.
A agência de notícias KCNA mostrou imagens de Kim inspecionando o que dizem ser o carregamento da bomba de hidrogênio em um míssil intercontinental e, em seu texto, afirma que todo o processo foi feito dentro do país.
“O poder explosivo da bomba foi ajustado de dezenas para centenas de quilotons e pode ser detonada de grandes altitudes. Como seus componentes foram produzidos localmente, isso permite que o país possa fazer quantas armas nucleares quiser.”
Esta é a segunda vez que a Coreia do Norte diz ter bombas de hidrogênio. A primeira foi depois de seu quarto teste nuclear, em janeiro de 2016, quando o regime declarou ter usado uma ogiva desse tipo no exercício.
Na época, especialistas dos EUA e da Coreia do Sul consideraram que a bomba atômica usada teria sido comum. O secretismo do programa nuclear norte-coreano, porém, faz ser quase impossível a veracidade dos anúncios.
O suposto desenvolvimento foi revelado seis dias depois que o regime lançou um míssil que sobrevoou o nordeste do Japão antes de cair no oceano Pacífico, em resposta aos exercícios militares americanos e sul-coreanos.
Em resposta, o Exército dos EUA sobrevoou a fronteira com a Coreia do Norte com caças e bombardeiros. A tensão começou quando Kim disse ter testado dois mísseis intercontinentais que, segundo o regime, poderiam chegar ao território continental dos EUA.
(FOLHA PRESS)
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