A convocação do atual presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, foi aprovada nesta quinta-feira (1º) em Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Até o momento, a comissão ouviu mais de 110 pessoas, entre acusados, colaboradores da estatal e testemunhas das denúncias, que são apuradas pela Polícia Federal, na Operação Lava Jato. A previsão é de que os trabalhos da CPI sejam encerrados no dia 23 de outubro.
O documento que solicita a prorrogação por mais 120 dias da CPI será entregue nesta quinta, à Mesa da Câmara dos Deputados, pelo deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM). Em seguida, o projeto irá à votação em plenário. “Vou pedir para que seja nominal [votação], porque o Brasil tem que saber quem quer prosseguir e quem quer sepultar as investigações.
“Quero alertar a quem acha que encerrar CPI os problemas vão desaparecer: da PGR [parlamentares que se tornaram réus] vai direto para o Conselho de Ética sem nenhum outro debate legislativo da Justiça ou da injustiça”, afirmou o deputado, que já conseguiu 12 assinaturas de congressistas que compõem o colegiado.
Para o relator da CPI, Luiz Sérgio (PT), os trabalhos da comissão vão interferir muito pouco nas investigações da Justiça. “Poucas CPIs nesta Casa trouxeram tantas pessoas. Podemos olhar para o retrovisor ou para o para-brisa. Temos que ser propositivos e pensar o que a Petrobras tirou de lição desse capítulo amargo da sua história. Aqui temos o desafio de apontar caminhos de futuro para esta empresa”, disse.
Com a convocação de Bendine, o deputado federal Ivan Valente (PSOL) criticou o fato de não convocar políticos envolvidos nas investigações, como o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB), que foi citado por, pelo menos, cinco pessoas envolvidas em delações premiadas. “Temos que investigar global. Temos que ser práticos e oferecer algo para a sociedade, mas só não convocamos aqui os políticos. Como vamos oferecer alguma coisa se não ouvimos o principal?”, argumentou.
(Com informações da Agência Brasil)