As contas do setor público (União, Estados e municípios) ficaram no vermelho em R$ 909 milhões em novembro. Apesar do deficit, esse foi o melhor resultado para o mês desde 2013, segundo divulgou o Banco Central nesta quinta-feira (28).
A dívida líquida do setor público alcançou R$ 3,3 trilhões no mês passado, ou 51,1% do PIB (Produto Interno Bruto). Já a dívida bruta foi de R$ 4,8 trilhões, para 74,4% do PIB.
ENTENDA
Superavit ou deficit primário é o quanto de despesa ou receita o governo gera, após a quitação de seus gastos, sem considerar os pagamentos com os juros da dívida.
O resultado é divulgado de duas maneiras. A primeira divulgação, pelo Tesouro Nacional, leva em conta a economia ou despesa apenas da União, enquanto a segunda leva em consideração o saldo de todo o setor público (União, Estados, municípios e estatais).
O rombo do setor público em novembro foi influenciado principalmente pelo mau resultado dos municípios, que tiveram um deficit de R$ 915 milhões no mês passado. “Sazonalmente, há aumento de despesas dos governos regionais no final do ano, com pagamento, por exemplo, de 13º salário”, explicou o chefe adjunto do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Renato Baldini.
O chamado governo central (governo federal, Banco Central e Previdência) também teve um resultado negativo, de R$ 366 milhões.
Por outro lado, tanto Estados quanto empresas estatais tiveram resultado positivo -de R$ 128 milhões e R$ 245 milhões, respectivamente.
Baldini lembrou que a receita extraordinária de R$ 12,1 bilhões com o leilão de quatro usinas hidrelétricas ajudou a reduzir o resultado negativo. “Além disso, no ano passado houve pagamento de precatórios concentrado nos últimos dois meses do ano, o que não ocorreu neste ano”, declarou.
No acumulado do ano, o deficit primário (receitas menos despesas antes do pagamento de juros da dívida) do setor público foi de R$ 78,2 bilhões. No acumulado de 12 meses encerrados em novembro, as contas do setor público mostraram deficit de R$ 148,9 bilhões -a nova meta para este ano é de um rombo de R$ 163,1 bilhões para União, Estados e municípios.
O representante do BC admitiu que há uma distância entre a meta e os R$ 78,2 bilhões do deficit até novembro -para a meta ser cumprida integralmente, apenas em dezembro o resultado primário teria que ser negativo em R$ 84,9 bilhões. Isso não é difícil de acontecer, mas em dezembro de 2016, por exemplo, o rombo foi de R$ 70,7 bilhões. Além disso, a equipe econômica já informou que espera uma certa folga em relação à meta.
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