A página do Instagram do Frigorífico Goiás foi suspensa por 24 horas após determinação judicial que entendeu que a empresa abusou do poder econômico ao fazer promoções que divulgavam o número da legenda do presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão foi publicada neste domingo (29/10). A conta já está fora do ar.
No primeiro turno, a empresa anunciou a peça do quilo da picanha que em média custa R$ 129,00 a R$ 22,00, exatamente no dia da eleição. Recentemente, o juiz destaca uma promoção de pacote de carvão a vinte dois centavos. O preço inferior ao praticado no mercado fazendo alusão a candidatura chamaram atenção.
O juiz-relator do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) Wilton Muller Salomão acatou o pedido da Federação Brasil da Esperança (PT/PCdoB e PV) que também manifestou sobre as inúmeras postagens da empresa associadas ao presidente Jair Bolsonaro.
Salomão determinou que todo o conteúdo do Instagram do Frigorífico fosse suspenso pelas próximas 24 horas, durante a realização do segundo turno das eleições. O juiz também determinou que a empresa não faça promoções “que por qualquer outra forma tenha a finalidade de promover, ainda que disfarçadamente, candidatura nas Eleições de 2022, sob pena de multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais), por hora de descumprimento.”
Promoção indigesta para senador eleito
O assunto pode render problemas para o senador eleito Wilder Morais (PL). A Federação PSDB-Cidadania também alega que o Frigorífico Goiás cometeu abuso de poder econômico na promoção e promoveu, além do candidato a presidência da República, a candidatura ao senado do empresário.
O Diário de Goiás apurou que quem está cuidando do processo jurídico é o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), José Eduardo Rangel de Alckmin. O advogado e jurista é um dos maiores homens do Brasil e vai mirar a partir da promoção da ‘picanha mito’ promovida no dia da realização do primeiro turno onde o Frigorífico Goiás teria vendido peças da nobre carne a 22 reais.
Em participação no Programa do Ratinho, do SBT, Leandro da Nóbrega, proprietário do estabelecimento, disse que chegou a vender 22 mil toneladas da peça em um só dia. Com o preço do quilo sendo cobrado no dia-a-dia a aproximadamente 129 reais, haveria um prejuízo que ultrapassa os 2 milhões e trezentos reais. O empresário está entre o polo passivo do pedido de investigação.