Em busca de descontos na Black Friday, consumidores enfrentaram filas de até 3 horas nos caixas de grandes varejistas e hipermercados, entre o final da noite de quinta (24) e a madrugada desta sexta-feira (25).
O evento começa oficialmente nesta sexta, mas algumas lojas físicas anteciparam a data e abriram as lojas no final da noite de quinta com horário estendido madrugada adentro. Extra e Americanas são algumas das empresas apostaram nesta estratégia para melhorar as vendas.
A autônoma Graça Fujiharu, 54, que mora a cerca de uma quadra da loja do Extra, no bairro Ipiranga, é uma ‘veterana’ em fazer compras na Black Friday. Enquanto esperava há mais de duas horas na fila imensa do caixa para pagamentos de eletroeletrônicos, ela lembra com raiva que já “foi enganada” em outra edição do evento.
Há cerca de dois anos, Graça comprou dois celulares em uma grande rede varejista pensando que estava pagando um bom preço, mas uma semana depois o mesmo aparelho estava mais barato. Ela disse que aprendeu com o erro e agora costuma consultar os preços nas lojas dias antes do início das promoções.
Este ano, ela comprou um aspirador de pó e uma fritadeira elétrica, esta última um dos produtos mais vendidos na loja, por R$199, cada. O micro system que ela queria não entrou na promoção da Black Friday e deve ficar para o próximo ano.”Para vir comprar é preciso ter disponibilidade de tempo e paciência. Estou há duas horas na fila para pagar por causa de R$ 200 de economia”, falou Graça
.A vendedora de informática Silvia Costa, 50, disse que estava cochilando quando acordou com a o anúncio das ofertas na TV e resolveu ir às compras na madrugada. Ela precisou apenas de minutos para chegar de carro à loja do Extra, no bairro Ipiranga.No entanto, para pagar a fritadeira elétrica nesta madrugada ela estava esperando há mais de três horas na fila do caixa de eletroeletrônicos.
Depois, Silvia ainda pegaria mais uma fila para pagar as cervejas e o sabão. ” Tô na balada do Extra”, disse, rindo e sem se importar com o tempo de espera.Outra cliente que comprou a disputada fritadeira elétrica foi a técnica em radiologia Esmênia Dourado Pinheiro, 33. Moradora do bairro da Saúde, na zona sul, ela chegou ao Extra com o marido, por volta das 21h30.
O casal começou a olhar os preços dos produtos na loja, mas ficou esperando dar meia noite para ver pela internet se encontrava os mesmos artigos mais baratos em outros lugares. “O segredo é pesquisar o preço e ver se está valendo com o desconto”, explica.
Por volta das 1h, o casal decidiu pegar a imensa fila dos eletrodomésticos para pagar um liquidificador, uma TV de 40 polegadas e uma fritadeira elétrica. ” A maioria dos eletrodomésticos está sem desconto, com desconto compramos apenas a TV e a fritadeira elétrica, que só tinha mais quatro quando peguei”, falou.
Na região de Interlagos, os consumidores esperavam uma média de duas horas na fila do caixa das lojas Americanas, única loja aberta na madrugada no Shopping Interlagos, para pagar os produtos.
Desempregada, Raquel Matias, 30, moradora no bairro Yervante, foi à loja com a cunhada em busca de produtos com desconto na Black Friday, nesta madrugada. Ela disse que que não fez pesquisas na internet ou lojas antes da compra de um grill e um liquidificador.
“Esta é a primeira vez que venho e achei bem legal, se tiver dinheiro eu volto”, disse, animada.O casal de namorados Karen Rodrigues, 20 e Abraão Farina, 46, chegou ao Shopping Interlagos por volta das 21h para fazer compras de Natal e decidiu esperar a abertura do Black Friday da Americanas.
No carrinho lotado do casal, havia produtos alimentícios, de higiene, uma sanduicheira, uma panela de pressão e um liquidificador. ” A gente compra sempre em todos os lugares quando tem promoção”, explicou Karen.
Para não esperar em pé mais de duas horas na fila nesta madrugada, Karen pegou ‘emprestado’ um banco de plástico que estava à venda na loja. ” Peguei para sentar e outras pessoas fizeram o mesmo”, disse, rindo.
O casal, acostumado a comprar em promoções, explicou que é preciso relacionar os preços da loja com a internet, porque existe muita enganação. Farina falou que também é preciso olhar bem para não confundir o preço da parcela com o valor do produto, pois têm várias coisas que não estão na Black Friday.
“Se não tomar cuidado pode levar gato por lebre”, disse Farina.