Lula ganhou nesta segunda-feira (11) um rosário enviado pelo papa Francisco, por meio de um amigo, o advogado argentino Juan Grabois, segundo a equipe do ex-presidente.
Grabois é consultor do Pontifício Conselho Justiça e Paz, órgão do Vaticano, e próximo ao papa conterrâneo. Ele é conhecido por seu trabalho com movimentos sociais na Argentina, como o Movimento dos Trabalhadores Excluídos, do qual é um dos fundadores.
Em entrevista transmitida por redes sociais do petista, ele contou que sua visita à carceragem da Polícia Federal em Curitiba, onde Lula está preso há 67 dias, foi barrada. A justificativa a ele dada, afirmou, foi o fato de ele não ser um teólogo ou um sacerdote -o ex-mandatário tem recebido encontros de cunho religioso às segundas.
O rosário, segundo Grabois, foi entregue em nome do papa. A reportagem entrou em contato tanto com a embaixada brasileira na Santa Sé quanto com a Nunciatura Apostólica do Vaticano no Brasil, mas não obteve resposta.
Outros que ouviram um “não” ao pedir para visitar Lula: Adolfo Pérez-Esquivel, prêmio Nobel da Paz em 1980, e o amigo de longa data do petista, Leonardo Boff.
O veto à entrada de Grabois foi explorado nas redes sociais de Lula, que também destacaram o rosário de contas pretas e uma crítica de Francisco à mídia. Em homilia no mês passado, o pontífice acusou a imprensa de difamar pessoas públicas a ponto de levar a um “golpe de Estado”.
Na porta da prisão, Grabois disse considerar o momento em que vivemos “um claro caso de perseguição política”.
Em maio, o reitor do Santuário Nacional Aparecida, padre João Batista de Almeida, pediu desculpas após celebrar uma missa pela libertação de Lula e ser chamado de comunista nas redes sociais.
(Folhapress)