Um confronto na faixa de Gaza na noite deste domingo (11) deixou um soldado israelense e sete palestinos mortos, exatamente em um momento em que avançavam as tentativas dos dois lados de conter a violência.
Não estão claro ainda os detalhes do confronto, mas o grupo islâmico Hamas (que controla a faixa de Gaza) afirmou que um carro com agentes israelenses entraram em seu território e mataram um comandante do grupo, Nour el-Deen Baraka.
Na sequência, ainda segundo o Hamas, militantes do grupo identificaram o veículo e passaram a perseguir os agentes, levando Israel a bombardear o local. Foi nesse confronto que as outras mortes teriam ocorrido.
Na sequência, 17 foguetes foram lançados da faixa de Gaza em direção a Israel, disseram os militares de Israel.
O governo israelense informou apenas que um soldado morreu e outro ficou levemente ferido durante uma operação na faixa de Gaza e que o restante dos agentes voltou em segurança.
“Durante uma operação das forças especiais na faixa de Gaza, houve uma troca de tiros”, informou o exército em comunicado. “Um agente das FDI [Forças de Defesa de Israel] morreu e outro agente foi levemente ferido”.
O Ministério da Saúde palestino disse que ao menos cinco dos sete mortos eram militantes do Hamas.
O confronto ocorre uma semana após o governo do premiê Binyamin Netanyahu autorizar que uma ajuda de US$ 15 milhões (R$ 56 milhões) do Catar fosse entregue ao comando da faixa de Gaza.
Isso fez o Hamas diminuir a intensidade dos protestos que lidera nas sextas-feiras na fronteira com Israel. Realizadas semanalmente, as manifestações costumam terminar com confrontos.
Segundo a agência de notícias AFP, desde março 227 palestinos foram mortos por tiros disparados por soldados israelenses, a maior parte deles exatamente durante os confrontos nos protestos de sexta. No mesmo período, dois soldados israelenses morreram, incluindo o deste domingo, que não teve o nome revelado.
Na manhã de domingo, Netanyahu tinha defendido a autorização para a entrega do dinheiro, que foi alvo de crítica de membros do seu gabinete. “Não vou retroceder ante uma guerra necessária, mas quero evitá-la se não for indispensável”, disse ele no sábado (10).
Após o confronto deste domingo, porém, o premiê decidiu antecipar seu retorno ao país -ele estava em Paris para as comemorações do centenário do fim da Primeira Guerra Mundial. (Folhapress)