A Conferência Internacional de Pecuaristas (Interconf) será realizada em Goiânia entre os dias 20 e 22 de setembro e trará este ano como foco as preferências do consumidor, seja o mercado interno ou externo. A Conferência será realizada no Oliveira’s Place e a expectativa é de que compareçam mais de dois mil produtores, técnicos, consultores e empresários de todo o Brasil.
De acordo com o diretor de relações institucionais da Assocon, organização que promove a Interconf, Márcio Caparroz, é importante que os pecuaristas se atentem às exigências dos consumidores, considerando as particularidades das regiões.
“A ideia é de que no final do evento todos saiam querendo vender mais carne. Esse é o nosso objetivo […] que a gente consiga melhorar o negócio de carne bovina para todos os elos do segmento da cadeia produtiva. O Brasil é o único país do mundo que come picanha. Então, se eu produzir um boi para ter uma boa picanha, não necessariamente o dianteiro vai ser magro o suficiente para produzir hambúrguer, por exemplo”, explicou.
Além de discutir a melhor forma de produzir a carne de acordo com o público que irá vender, outro objetivo da Conferência é conscientizar os pecuaristas de que proprietários de frigoríficos e produtores rurais deverão ter um melhor relacionamento e compartilhar informações.
“Não é fácil, mas é fundamental. Tem que forçar esse frigorífico a, pelo menos, dizer quais são seus mercados para o produtor saber que tipo de boi vai produzir. Nós, como Associação, temos trabalhado, por exemplo, no Protocolo de Classificação de Carcaça, para padronizar essa comunicação entre todos os frigoríficos e o produtor”, ressaltou Márcio Caparroz.
Para Márcio, o consumidor brasileiro, que é responsável pelo consumo de 80% da produção nacional, mudou radicalmente nos últimos anos, o que fez a venda dos produtos bovinos cair de forma significativa. Para retomar o volume de vendas, é necessário intensificar o trabalho de relações públicas, além da qualidade.
“Nosso consumidor mudou radicalmente e a gente, como cadeia produtiva, precisa entender e tratar melhor eles. Nos últimos anos, a percepção da carne bovina nacional tem caído drasticamente. A gente tem que trabalhar melhor com propaganda de relações públicas […], além de garantir a qualidade e expectativa que esse consumidor quer, seja por uma carne do dia-a-dia, que é mais magra; seja por uma carne de final de semana, que tem um melhor acabamento, melhor gordura”, finalizou.