A notícia da condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo juiz Sergio Moro nesta quarta (12) devolveu o mercado financeiro ao patamar em que estava antes da delação do empresário Joesley Batista, que mergulhou o governo Michel Temer em uma crise política e ameaçou a agenda reformista.
A Bolsa brasileira teve alta de 1,6% e encostou nos 65 mil pontos. O dólar fechou na casa de R$ 3,20. Ambos estão nos melhores níveis desde 17 de maio, quando veio à tona a notícia de que Joesley tinha áudios de conversas com Temer falando sobre a solução de “pendências” com o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O risco-país medido pelo CDS (credit default swap, espécie de seguro contra calote) também refletiu o alívio dos investidores e recuou 2,84%, retrocedendo ao patamar pré-delação.
O ex-presidente Lula foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá (SP).
O mercado financeiro reagiu com “euforia” à notícia, divulgada por volta de 14h. Em dois minutos, a Bolsa saiu dos 63.875 pontos para 64.224 pontos. O dólar, que era cotado a R$ 3,223, caiu para R$ 3,215 no mesmo intervalo.
Para analistas, a condenação do ex-presidente, se confirmada em instâncias superiores, impediria Lula de concorrer às eleições presidenciais de 2018, garantindo a manutenção da agenda reformista implementada pelo governo Michel Temer.
“Desde 18 de maio, criaram-se vários cenários possíveis, mas não havia um cenário provável para o fim de 2017 e início de 2018. Com a notícia, começamos a excluir alguns cenários. Para investidor de Bolsa, é importante ter maior previsibilidade”, avalia Marco Saravalle, analista da XP Investimentos. (Folhapress)