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Categorias: Economia
| Em 7 anos atrás

Compromisso em atingir meta fiscal pesou em decisão da S&P sobre nota

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A sinalização do governo de que está comprometido em resolver seu desequilíbrio fiscal foi um dos fatores que pesaram na decisão da S&P Global de retirar a nota do Brasil de observação negativa, afirmou nesta quarta-feira (16) Lisa Schineller, analista sênior da agência de classificação de risco S&P Global.

“O compromisso de cortar gastos é importante. A revisão da meta foi acompanhada de novas medidas de corte de gastos”, explicou Schineller, em conferência pela internet. “Percebemos um comprometimento na agenda de tocar a reforma da Previdência, que é uma das reformas estruturais que mais ancoram o corte de despesas”.

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A analista também citou a TLP (Taxa de Longo Prazo que deve substituir a TJLP do BNDES) como outra ação do governo para tentar melhorar suas finanças. A taxa equivale ao custo de captação do governo, eliminando subsídios.

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“Não achamos que todos esses itens serão aprovados integralmente, mas deram um tempo adicional para análise”, afirma.

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A S&P convocou a conferência para explicar por que decidiu, na noite de terça (15), retirar a observação negativa sobre a nota de crédito brasileira, meso após o governo anunciar a mudanças nas metas.

A agência manteve a nota do Brasil em “BB”, dois degraus abaixo do selo de bom pagador. A perspectiva é negativa, o que significa uma chance em três de haver rebaixamento caso piore a perspectiva de solvência do país, em um horizonte de seis a nove meses.

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Em maio, a S&P colocou o rating brasileiro em observação negativa, na sequência das delações do empresário Joesley Batista, da JBS. A decisão se ancorava no quadro de aumento da incerteza política na época.

Passados três meses, a agência vê um cenário de estabilidade política, depois de o presidente Michel Temer conseguir barrar a denúncia de corrupção passiva no Congresso originada pela delação de Joesley.

“As denúncias contra Temer aumentaram a incerteza sobre o que poderia acontecer em termos de governabilidade e sobre quais seriam os efeitos da delação, se isso provocaria outra transição na Presidência”, diz Schineller.

“O presidente sobreviveu ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mas reconhecemos que as coisas continuam incertas. Nesse ínterim, não vimos uma piora na economia que vislumbrávamos em maio.”

Por isso, na avaliação da agência, a situação do país se acomodou. “Há riscos de rebaixamento para o Brasil, mas um pouco menores do que vimos em maio. Por isso, restauramos a perspectiva negativa”, afirma.

Mas há desafios, admite Schineller. O principal continua sendo o desequilíbrio nas contas públicas. “O deficit primário está associado à Previdência, por isso é importante aprovar a reforma” diz. “Se acharmos que o Congresso não vai agir nos próximos seis meses ou algo assim, pode ter implicações negativas para o rating”.

As eleições de 2018 também terão peso relevante na nota de crédito do país, principalmente a partir do próximo ano. “O desafio fiscal vai se manter na próxima administração pelos próximos anos, buscamos uma confirmação de compromisso políticos”, ressalta. (Folhapress)

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