Seja no trabalho ou na vida pessoal, todos nós buscamos por atividades que nos tragam prazer e felicidade, mas, afinal, quais são os caminhos para alcançar esses sentimentos? Um movimento ainda recente, que tem ajudado a analisar essa jornada, é a Psicologia Positiva. Existente desde o fim dos anos 90, esse campo estuda as forças e virtudes que influenciam no desenvolvimento pleno de um indivíduo, bem como o impacto das boas experiências para o alcance de uma vida com mais qualidade e mais sentido.
De acordo com o professor de Psicologia Positiva do Instituto de Pós-Graduação e Graduação (IPOG) e autor do livro Psicologia Positiva e Flow, Helder Kamei, existem três principais fatores que impactam a felicidade e estão inseridos nos estudos da Psicologia Positiva, sendo eles: Genético, Circunstancial e Intencional.
Com 50% de intervenção, o fator Genético envolve o temperamento biológico do indivíduo, enquanto as Circunstancias influenciam em 10% e estão relacionadas ao nível de renda, escolaridade, moradia, entre outros. Já as atividades intencionais, com uma interferência de 40%, estão associadas ao modo de pensar e agir das pessoas.
Na busca pela felicidade, o especialista do IPOG sugere focar nos aspectos que podem ser controlados pelo indivíduo (aqueles que são intencionais). “Descobrir as atividades que nos trazem grande prazer, e que muitas vezes estão relacionados a sentimentos como gratidão e generosidade, nos ajudam a descobrir esse caminho”, orienta.
É nesse processo de envolvimento total em uma atividade prazerosa que se entra em Flow, um estado em que o corpo e a mente fluem de uma forma totalmente harmoniosa e que resulta em uma vida mais engajada, explica Kamei. Pense: O que você faz com prazer e naturalidade? O que consome 100% da sua atenção? Independente das suas preferências, seja escrever, cantar ou praticar esportes, o mais importante, garante Kamei, “é se sentir energizado e motivado”.
E além da vida engajada, há outros caminhos para alcançar a felicidade. De acordo com as diretrizes da Psicologia Positiva, a vida prazerosa busca a maior vivência de sentimentos positivos, como amor, alegria, esperança e inspiração, comparados aos dos ruins, como medo, raiva e tristeza. A proporção dessas emoções, sugere Kamei, deve ser de três positivas para uma negativa. “No ambiente de trabalho, isso quer dizer que você utiliza 75% do seu tempo executando atividades prazerosas e 25% com aquelas que não são tão legais assim, mas que precisam ser feitas”, explica o especialista do IPOG.
Já a vida significativa consiste no envolvimento em atividades com um propósito maior, ou seja, que beneficie a comunidade, os animais ou a natureza, por exemplo. Esses três caminhos, que envolvem engajamento, experiências de fluxo e significado, devem estar alinhados para o alcance de uma vida plena, que sintetiza os aspectos da vida pessoal e profissional.