Publicidade
Notícias do Estado
| Em 10 meses atrás

Comitiva goiana vai até mina no Chile antes de autorizar exploração de magneto em Nova Roma

Compartilhar

Uma comitiva composta por integrantes das secretarias estaduais de Indústria e Comércio e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) vai ao Chile fazer uma visita técnica em uma mina da Aclara Resources. No ano passado, a mineradora descobriu, em Nova Roma, a 575 quilômetros de Goiânia, uma jazida de terras raras com o elemento magneto, e vai investir R$ 2 bilhões na mina. Esse elemento pesado está em alta no mercado internacional da indústria automotiva de veículos a eletricidade.

A Aclara Resources informou em 2023 a descoberta do novo elemento pesado de terras raras (HREE) no projeto de argilas iônicas “Módulo Carina”, localizado em Goiás. Conforme divulgado na época, a perfuração inicial atingiu 1.693 metros em 236 furos para descobrir um novo depósito do elemento pesado de terras raras, hospedado em argilas iônicas.

Publicidade

Nesta terça-feira (6) o secretário de Indústria e Comércio de Goiás, Joel Sant Anna Braga, concedeu entrevista ao editor-chefe do Diário de Goiás, Altair Tavares sobre o assunto. Ele explicou como vai ser a visita e a importância desse empreendimento para a região.

Publicidade

Confira a entrevista!

Qual o objetivo dessa visita ao Chile na empresa Aclara?

Joel Santana Braga  – Junto com a Semad vamos fazer uma visita técnica a convite da empresa. Sem ônus para o Governo de Goiás. Vamos às minas da empresa Aclara na região de Concepción, no Chile, para poder, junto com eles, estudar a forma de investimento a ser feita em Nova Roma, onde houve a descoberta de uma das maiores minas de magneto do mundo.

Publicidade

O investimento é da Aclara, que é parceira da Hochschild Mining (Peru) já instalada em Mara Rosa, onde faz investimento de mais de um R$ 1 bilhão em mina de ouro. Já em Nova Roma, o investimento será em magneto, metal hoje muito usado na confecção de motores elétricos, considerado uma terra rara.

Essa mina, junto com uma mina da Austrália, são as duas maiores minas de magneto do mundo. Sendo que a China já tem a detenção das maiores minas, junto com o lítio e outros metais raros para a confecção de motores. Tanto que são líderes mundiais na confecção de motores e carros elétricos. Até, recentemente, a BYD (chinesa) passou a Tesla (EUA) na fabricação de carros elétricos.

Publicidade

Então esse investimento na região de Nova Roma já é também uma reação das indústrias americanas e europeias que estão investindo junto com a Aclara em minas para terem insumos para competir na indústria automotiva e de motores elétricos da China. Então isso é bom porque para Goiás são novos investimentos em uma região nem tão desenvolvida. Nova Roma vai receber o dobro dos investimentos de Mara Rosa, onde os quartos de hotéis estão alugados por R$ 5 mil.

A empresa Aclara já tem as licenças necessárias?

Joel Santana Braga  –  A empresa já deu entrada no processo das licenças. Por isso também a visita é junto com a Secretaria de Meio Ambiente, para ver como a empresa faz com responsabilidade a extração de minérios na cidade de Concepción. Na verdade, vamos fazer a visita técnica junto com diretores e SEOs da Aclara para conhecer qual a forma será implementada para que Goiás possa expedir suas licenças dentro da legalidade, conhecendo a empresa, o objetivo dela, a forma como ela investe e explora o solo para extrair um minério tão importante aqui descoberto.

A anunciada recente mudança para facilitar a emissão das licenças pelo governo já abarcou essa empresa?

Joel Santana Braga  –  A licença é emitida dentro sistema IPE [Sistema de Licenciamento Ambiental de Goiás], que tem os procedimentos todos dentro da lei. Vimos o que aconteceu a licença da Hochschild Mining em Mara Rosa que foi expedida em 3 anos dentro da lei, quando demoraria 8 anos. E vai ser uma mina modelo em Nova Roma.

Publicidade
Marília Assunção

Jornalista formada pela Universidade Federal de Goiás. Também formada em História pela Universidade Católica de Goiás e pós-graduada em Regulação Econômica de Mercados pela Universidade de Brasília. Repórter de diferentes áreas para os jornais O Popular e Estadão (correspondente). Prêmios de jornalismo: duas edições do Crea/GO, Embratel e Esso em categoria nacional.