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Comediante faz de apresentação pedido de desculpas por assédios

Hollywood parece ter sofrido mais do que Donald Trump, saco de pancadas favorito do apresentador Seth Meyers, nos monólogos desta edição do Globo de Ouro.

Diante da plateia toda de preto, em protesto contra episódios de abuso sexual que derrubaram alguns dos homens mais poderosos do showbiz americano, o mestre de cerimônias da entrega dos prêmios atacou Harvey Weinstein, Kevin Spacey e Woody Allen, mas aludiu ao presidente americano -sem citar o seu nome- só “en passant”.

Meyers, à frente do “Late Night”, na NBC, é um dos apresentadores de talk show mais críticos a Trump nos Estados Unidos, mas, na ressaca de um ano que trouxe à tona a conduta grotesca de produtores e atores em Hollywood, o comediante fez de sua apresentação do Globo de Ouro um pedido de desculpas em nome da indústria.

Ele falou em “senhores remanescentes” e brincou que cerimônias de premiação agora são os únicos momentos em que um homem não morre de medo de ter seu nome anunciado em voz alta.

Também disse que faz anos que um homem branco -no caso, ele mesmo- não se sentia tão nervoso sobre o palco.

Num momento em que talvez tenha passado dos limites, Meyers ouviu vaias ao dizer que Weinstein, o megaprodutor da Miramax que caiu em desgraça depois que dezenas de atrizes o acusaram de assédio sexual, seria o único vaiado quando fosse homenageado com o prêmio póstumo no Globo de Ouro.

Mas a política -e as acusações de assédio sexual, misoginia e xenofobia que pesam contra o presidente americano- serviu de pilar, nem sempre explícito, ao discurso afiado e mordaz -mesmo que superensaiado- de Meyers.

Nas entrelinhas, quando falou de trabalhadores atrás das câmeras, ele fez uma crítica às polêmicas tentativas de Trump de barrar a imigração para os Estados Unidos.

Também provocou o atual inquilino da Casa Branca ao lembrar que o Globo de Ouro é organizado pela Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood, frisando que os termos imprensa, estrangeira e Hollywood só têm equivalente em termos de terror, para Trump, em Hillary Clinton, México e saladas.

Nos últimos meses, Meyers vem tornando mais ácidas as suas piadas contra o presidente em seu talk show, mas seu discurso na premiação, a não ser no momento em que lembrou o tuíte de Trump afirmando ser um “gênio estável” na tentativa de desmentir acusações contra ele no livro bombástico do jornalista

Michael Wolff, pareceu um tanto datado e calculado.

É talvez um sinal da apreensão de Hollywood numa época em que declarações infelizes viralizam e provocam danos irreparáveis antes de serem desmentidas ou explicadas.

Tudo ali pareceu protocolar, mas flutuou sobre as asas de seu carisma inegável.

Meyers, afinal, vem da maior escola de comediantes da cultura pop americana, o “Saturday Night Live”. Mas, no palco do Globo de Ouro, pareceu estar dançando conforme a música dissonante de uma indústria aterrorizada -eficaz, mas um tanto travado.

Laura Santos Braga

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