As cinzas do ditador cubano Fidel Castro começaram a ser transportadas na manhã desta quarta-feira (30) em uma peregrinação de 900 quilômetros até Santiago de Cuba, onde serão enterradas no domingo.
A urna de madeira com os restos mortais do líder comunista foi retirada da sede do Ministério da Defesa, em Havana, por volta das 7h (10h no horário de Brasília) e exposta na traseira de um veículo militar.
Milhares de cubanos acompanhavam a peregrinação, que reproduzirá o trajeto inverso percorrido por Fidel e seus guerrilheiros na revolução que derrubou o ditador Fulgêncio Batista, em 1959.
“Nós amamos o ‘comandante’, e acredito ser nossa obrigação estar aqui para ver sua partida”, afirmou Mercedes Antunez, 59.
A jornada com as cinzas de Fidel, morto na sexta-feira (25), tem início após dois dias de homenagens póstumas na Praça da Revolução, em Havana, que atraíram centenas de milhares de cubanos.
Na noite desta terça (29), um comício multitudinário realizado no local contou com a participação de alguns chefes de Estado estrangeiros e diplomatas.
O governo brasileiro foi representado pelo chanceler José Serra e pelo novo ministro da Cultura, Roberto Freire.
Também participaram da cerimônia líderes bolivarianos, como o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que troca farpas com Serra. Com apoio do Brasil, a Venezuela, principal aliado internacional de Cuba, deve ser suspensa do Mercosul nesta quinta-feira (1°).
Das guerrilhas às décadas no poder, a figura controversa de Fidel moldou a imagem de Cuba.
Folhapress