O secretário de Estado apontado por Trump, Rex Tillerson, já enfrenta uma rebelião interna antes mesmo de ser aprovado pelo Senado.
Na quarta-feira (25), enquanto Tillerson visitava a sede do Departamento, o subsecretário de Estado para Assuntos Administrativos, Patrick Kennedy, e três de seus principais assessores renunciavam a seus postos como parte de um êxodo de membros do serviço exterior que não querem fazer parte do governo Trump.
O Departamento de Estado, contudo, disse nesta quinta que a saída da liderança administrativa da pasta foi coordenada com o novo governo e é uma “prática comum” que todos os funcionários indicados politicamente apresentem cartas de demissão em mudanças de governo.
“Dos funcionários que tiveram sua renúncia aceita, alguns continuarão no Serviço Exterior em outras posições e outros vão se aposentar por sua escolha ou porque excederam seu tempo de serviço”, disse o porta-voz do Departamento de Estado em exercício, Mark Toner, em nota.
Além de Kennedy, que estava no posto havia nove anos, apresentaram sua demissão a secretária de Estado assistente para Administração, Joyce Anne Barr, a secretária de Estado assistente para Assuntos Consulares, Michele Bond, e o diretor do Escritório de Missões no Exterior, Gentry O. Smith, segundo o “Washington Post”.
Todos são diplomatas de carreira que serviram a governos democratas e republicanos. Com a debandada, fica acéfala toda a parte responsável pela administração, os postos no exterior e o quadro de servidores do Departamento de Estado.
O nome de Tillerson foi aprovado pelo Comitê de Relações Exteriores do Senado na última segunda (23) e deve ir à votação no plenário da casa na próxima semana. Enquanto ele não assume, o subsecretário para Assuntos Políticos e ex-embaixador no Brasil, Thomas Shannon, está à frente da pasta.
Assim que assumiu, no último dia 20, Trump ordenou a saída de todos os cerca de 80 embaixadores em postos no exterior e em agências. O procedimento não é incomum, mas o fato de o republicano não ter uma lista de indicados para cada posto, é.
Com a indefinição, dezenas de embaixadas e representações dos EUA pelo mundo ficarão sem seu principal representante por um tempo -considerando que o processo que tem início na indicação e precisa da aprovação do governo anfitrião e do Senado americano não é rápido.
Folhapress