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Com privatização em estudo, Eixo Anhanguera poderá ter nova empresa operando em julho de 2020

A novela em torno da privatização da Metrobus, empresa que faz o serviço de operação no Eixo Anhanguera e extensões em Goianira, Trindade e Senador Canedo ganhou mais um episódio nesta terça-feira (13/08). O presidente da CMTC, Benjamin Kennedy concedeu uma entrevista coletiva e afirmou que se todos os processos forem concluídos dentro dos próximos 60 dias, provavelmente a partir de julho do ano que vem uma nova empresa irá operar o Eixo Anhanguera. Também falou sobre a nova política de desoneração de tarifa que está sendo proposta pela companhia.

Ainda hoje pela manhã, o governador Ronaldo Caiado (DEM) e o prefeito Iris Rezende (MDB) estiveram reunidos no Palácio Pedro Ludovico para tratar sobre o assunto. O consenso entre estado e município é de que não cabe ao poder público tocar uma empresa de transporte coletivo.

Kennedy participou do encontro no Palácio mas só a tarde falou com à imprensa. “Caso se confirme nesses próximos 60 dias, nós entendemos que até julho do ano que vem nós já teremos uma nova empresa operando no Eixo Anhanguera”, avisou.

O presidente da CMTC se refere ao estudo técnico que está sendo feito pelo Governo e pela Prefeitura. No Palácio, quando foi perguntado o que recomendava o estudo, Íris disse o que já havia sido dito: “O governo estadual se dispõe a abrir mão da concessão, como concessionária que é, a Prefeitura já expôs a sua posição: partir para a privatização. Agora não é apenas a questão do Eixão. É a questão do transporte coletivo que envolve mais de 20 municípios da Região Metropolitana de Goiânia”.

Sobre a questão contratual, Kennedy explicou que há alguns entreveros jurídicos que atrapalham o Governo realizar diretamente a privatização, por isso, será necessário entregá-la à Prefeitura.

“Então, pleiteamos que o Governo Estadual nos devolva a concessão e junto com essa concessão nos passe a empresa Metrobus. Nos passando a empresa Metrobus, formatamos um processo licitatório para que a empresa seja privatizada. E como isso será feito? Será feito num novo contrato da CMTC com a empresa Metrobus nós estaremos dilatando o vencimento desse contrato que é 2031 vamos dilatar esse contrato até 2039”, explicou.

A partir daí seria feito um novo contrato com cláusulas adicionais para que a privatização ocorra e uma nova empresa possa assumir sob condições específicas. “[Haverá cláusulas] para cumprimento da empresa que vier a adquirir a Metrobus para que ela faça investimentos no Eixo Anhanguera, quer seja nos terminais de integração, nas estações de embarque e desembarque e também no próprio pavimento do corredor do Eixo Anhanguera”, explica.

Extensões do eixão: prejuízo

Resta saber se com a extensão do Eixo embutida no projeto, alguma empresa privada irá se interessar pela linha.

Em junho, a Metrobus tentou retomar e executar a sua operação apenas no Eixo Anhanguera, saindo das extensões. Em ofício encaminhado à CMTC e adquirido pelo Diário de Goiás, o presidente da companhia, Paulo Cézar Reis relembrava o histórico de prejuízos que a estatal teve desde que as extensões foram instituídas. Reis mostrava que a empresa que dirige ganhou uma obrigação que estendeu o eixo de 13 para 70 Km.

Leia também: Possíveis ilegalidades nos contratos vem à tona com anúncio fracassado da saída das extensões do Eixo Anhanguera

A receita da empresa foi de R$6.327.838,26 em janeiro de 2014 e de R$6.401.818,03 em janeiro de 2015. As despesas saltaram de R$3.522.923,74 para R$5.208.760,83 e foram aumentando a cada ano. A receita aumentou 1,15% enquanto a despesa foi ajustada em 32,36%.

Apesar de tudo, Kennedy mostra-se confiante com a solução apresentada pelo prefeito Iris Rezende. Segundo ele, a privatização irá melhorar os serviços prestados: “Nós teremos estações de embarque e qualidade de segurança que hoje nós não temos.”

Ele conta que a privatização promoverá mais ônibus nas ruas e que o usuário não será penalizado. “Então a privatização ela vai trazer além dessas melhorias na qualidade dos terminais e estações uma maior oferta dos veículos que hoje ofertam nessas linhas. E garantimos também que a manutenção do Eixo Anhanguera até Trindade, Goianira e Senador Canedo, ela será mantida e o usuário não será penalizado em momento algum com a privatização do Eixo Anhanguera”, salientou.

Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.

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