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Com poucas lembranças de acidente, Follmann diz esperar futuro no esporte

O goleiro Jackson Follmann foi um dos três jogadores do elenco da Chapecoense que sobreviveram ao desastre aéreo do time nos arredores de Medellín (Colômbia), em novembro de 2016. Hoje, passados quatro meses do acidente, diz que não consegue se esquecer do que aconteceu no avião, mas comemora a “resposta excelente” que tem conseguido em sua recuperação.

“Eu estava sentado. De repente, tudo se desligou e as luzes se apagaram. Naquele momento, comecei a rezar. Eu sabia que algo estava acontecendo, que não estava bem. Ninguém da tripulação nos avisou nada. Então, o único que sobrou para a gente foi orar e pedir a Deus que nos protegesse, nos guiasse. Infelizmente, aconteceu essa tragédia tão grande. Os que sobrevivemos temos que agradecer esta segunda oportunidade”, disse Follmann, em entrevista publicada nesta sexta-feira pelo jornal argentino Clarín.

“Nunca vou poder me esquecer o que aconteceu. Foi uma dor muito grande. Agora, está tudo bem. Minha cabeça está me dando uma resposta excelente”, disse também o ex-goleiro, que teve parte da perna direita amputada após o acidente.

Follmann disse se lembrar de ter acordado no escuro, quando começou a pedir ajuda “porque não queria morrer”.

“Eu gritava que não queria morrer. Não sei quanto tempo demorou para chegar o resgate. Só podia gritar ‘socorro’, depois eles chegaram. Lembro de um homem que se aproximou e me deu a mão. Eu disse a ele meu nome, minha idade e contei que era brasileiro. Quando me tocou, vi que tinha uma lesão muito grave. Depois disso, não me lembro de mais nada”, acrescentou.

Ao jornal argentino, Jackson Follmann disse ter reaprendido muito com “as coisas simples da vida”, como caminhar, ir ao banheiro e escovar os dentes. Segundo ele, os fãs costumam até se emocionar quando o encontram.

“As pessoas me veem e querem tirar uma foto, me dão um abraço, um beijo. Tem até gente que me vê e começa a chorar. Vejo isso como uma mostra de carinho. Creio que as pessoas veem em mim uma paz muito grande. Algumas pessoas me dizem que mudaram muito depois de tudo que aconteceu comigo”, afirma.

Para o futuro, Jackson Follmann não descarta trabalhar em um cargo como dirigente da Chapecoense. Entretanto, admite que sente falta do futebol e espera poder competir em algum esporte.

“Claro que quero trabalhar no clube, mas ainda estou focado em minha recuperação. Sei que ali tenho as portas abertas e que poderei escolher algum cargo que me faça feliz, que possa me ajudar neste presente”, explica, dizendo-se “um amante do esporte”.

“Sempre vou praticar alguma modalidade, qualquer que meu corpo permita. Ainda não sei qual posso praticar, mas tenho a certeza de que, quando estiver bem, vou buscar alguma”, acrescentou, indo além.

“O que eu sabia era jogar futebol. Estou seguro de que nunca vou poder assimilar esta ausência em minha vida. Amo o futebol. Será uma grande saudade que vai ficar pelo resto de minha vida. Mas busco a Deus e a minha família para juntar forças. Eles me dão muito apoio e isso é o que me faz estar forte e firme. Igualmente, sigo próximo ao esporte. Sigo torcendo pela Chapecoense e sempre vou fazê-lo.” (Folhapress)

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Thais Dutra

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