O Fluminense perdeu para o Boavista por 3 a 1, nesta quarta-feira (17), em Bacaxá, em estreia no Campeonato Estadual do Rio. Com uma equipe formada por muitas caras novas, o time tricolor não conseguiu, em sua primeira partida oficial no ano, superar os problemas causados pela remodelação do elenco e pela ausência de alguns jogadores que não chegaram a tempo por causa do atraso de um voo após a disputa da Florida Cup, nos Estados Unidos.
Para se ter uma ideia da dificuldade enfrentada pelo técnico Abel Braga para levar um time a campo, o Fluminense teve de recorrer a muitos jogadores que nunca jogaram pelos profissionais. No banco de reservas eram nove meninos formados em Xerém. Agora, a equipe tricolor volta as suas atenções para a segunda rodada da Taça Guanabara, neste sábado, contra o Botafogo, no Maracanã.
O Fluminense entrou em campo tentando fazer a lógica do predomínio sobre o rival de menor investimento prevalecer. Com velocidade e vontade, o time de Abel Braga dominou boa parte das ações diante de um adversário acuado e sem imaginação.
Romarinho, um dos bons nomes da etapa inicial, teve uma chance defendida por Rafael logo no início. O jovem Dudu também teve oportunidade, mas o chute saiu sem direção. Quando o gol parecia uma questão de tempo, o Fluminense foi surpreendido. Erick Flores achou Julio Cesar, que cruzou para Leandrão empurrar para o gol.
A desvantagem não desanimou o Fluminense, que seguiu em cima e foi premiado com o empate. Aos 28min, Pedro acertou um voleio e o jovem Caio, estreante da tarde, aproveitou o rebote de Rafael para deixar tudo igual. O empate deixou o jogo mais animado, mas, apesar de os dois ataques levarem vantagem sobre as defesas, o marcador não mudou na primeira metade.
O Fluminense voltou para o segundo tempo em ritmo mais lento. Debaixo de um sol forte, o time tricolor não conseguiu imprimir a mesma velocidade demonstrada no primeiro tempo de partida.
Com Lucas Fernandes no lugar de Romarinho, os tricolores perderam sua melhor válvula de escape, e o time, a mobilidade. E o castigo veio novamente. Aos 9min, Leandrão saiu da área, cruzou para Erick Flores, ex-Flamengo, que aproveitou o cochilo coletivo para colocar os donos da casa na frente.
Os visitantes não se entregaram, mas sentiram o baque. E aí a parte física e a completa falta de entrosamento pesaram na hora de buscar um resultado adverso.
Abel lançou vários meninos em campo, mas faltou ao Fluminense mais tranquilidade diante de um adversário que soube controlar o jogo e administrar o placar.
Com o jogo sob controle, o Boavista esfriou a disputa e só saiu em boas condições, definindo o triunfo no fim da partida. Aos 38min, Maradona foi derrubado na área por Evanilson. Pênalti que Erick Flores bateu bem para liquidar a fatura.
O jogo em Bacaxá teve um significado especial para Abel Braga. Com 297 partidas, ele empatou com o uruguaio Ondino Vieira como o segundo treinador que mais dirigiu o Tricolor. Com 474 jogos, Zezé Moreira é o líder.
BOAVISTA
Rafael; Thiago Silva (Thiaguinho), Gustavão, Kadu, Julio Cesar; Douglas Pedroso (Elivelton), Marquinhos (Lucas Perdomo), Willian Maranhão, Erick Flores; Caio Cezar (Tartá), Leandrão (Cláudio Maradona). T.: Eduardo Allax
FLUMINENSE
Julio César; Ayrton, Frazan, Reginaldo, Dudu (Evanilson); Luiz Fernando (Ramon), Marlon Freitas, Caio; Robinho (Patrick), Romarinho (Lucas Fernandes), Pedro. T.: Abel Braga
Estádio: Elcyr Resende, em Bacaxá (RJ)
Juiz: Marcelo de Lima Henrique
Cartões amarelos: Frazan, Evanilson (Fluminense)
Gols: Leandrão (Boavista), aos 19min, e Caio (Fluminense), aos 29min do primeiro tempo; Erick Flores (Boavista), aos 10 e aos 38min do segundo tempo