Gasolina está cada vez mais cara. (Foto: EBC)
O litro da gasolina em Goiânia já chega a R$ 7,27. O novo aumento já aparece no aplicativo EON, da Secretaria de Economia. O preço é praticado em postos no Jardim América, Parque Amazônia, Jardim Presidente, Parque Santa Rita, entre outros. O valor também foi encontrado em Aparecida de Goiânia.
A alta se dá num dia em que a Petrobras anunciou um novo acréscimo no valor do combustível na refinaria. A gasolina vai aumentar R$ 0,21 por litro, enquanto o acréscimo do diesel será de R$ 0,28 por litro. O reajuste passa a vigorar nas refinarias da Petrobras na terça-feira (26).
Segundo o presidente do Sindiposto, Márcio Andrade, gasolina e diesel tendem a encarecer ainda mais nos próximos dias, uma vez que este aumento não reflete o reajuste da Petrobras. “Algumas distribuidoras já vinham subindo o preço há semanas. Esse reajuste de agora vem do litro mais caro a partir das distribuidoras”, explicou. A elevação do produto nas refinarias, portanto, ainda não foi absorvido pelo mercado.
Andrade explica que o valor da gasolina nas bombas de Goiânia depende daquilo que a distribuidora repassará, além de outros fatores. “É difícil precisar. Temos que ver o que a distribuidora vai repassar. Depende de cada posto, se vai absorver parte do aumento ou repassar. Não há como fazer um prognóstico”, afirma.
Veja: Dinheiro de multas vai para mobilidade
A tendência, conforme Andrade, é que novos reajustes venham na esteira da alta do dólar e do desarranjo econômico do país. “Vejo uma instabilidade muito grande. É a perspectiva, baseada no mercado internacional, com petróleo em alta e alta demanda internacional, com nossa instabilidade política. As perspectivas são de preços mais elevados”, explica.
Até mesmo o etanol é afetado pela crise. Mesmo que o combustível, em geral, tenha custo benefício menor que gasolina e diesel, o preço assustador dos demais combustíveis aumenta a demanda pelo álcool, o que culmina em elevação de preços. Além disso, o valor do litro do etanol no atacado também vem subindo, de acordo com o Sindiposto.
Andrade diz que o cenário não permite fazer cálculos sobre o valor do combustível nos próximos meses. Contudo, ele não descarta o litro da gasolina a R$ 10. “Eu prefiro nem pensar nisso. É bem assustador, mas não é irreal dado ao cenário que temos visto por aí”, argumenta.
Ele, porém, se diz otimista para que, passada a alta da demanda mundial, os preços se estabilizem e comecem a baixar. “Mas a perspectiva ainda é muito ruim”, alerta.
Segundo a Petrobras, o alinhamento de preços ao mercado internacional se mostra especialmente relevante no momento que vivenciamos, com a demanda atípica recebida pela estatal para o mês de novembro de 2021.
Os ajustes refletem também parte da elevação nos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente ao crescimento da demanda mundial, e da taxa de câmbio. O preço médio de venda da gasolina A da Petrobras, para as distribuidoras, passará de R$ 2,98 para R$ 3,19 por litro, refletindo reajuste médio de R$ 0,21 por litro.
Para o diesel A, o preço médio de venda da Petrobras, para as distribuidoras, passará de R$ 3,06 para R$ 3,34 por litro, refletindo reajuste médio de R$ 0,28 por litro.
“A Petrobras reitera seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado, ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato para os preços internos, das volatilidades externas e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais”, informou a estatal em nota, ressaltando que o reajuste garante o abastecimento do país.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo, apesar do aumento, ainda existe uma defasagem grande em relação aos preços do mercado internacional.