O Ministério da Saúde confirmou no fim da manhã desta quarta-feira (15) que o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, pediu demissão de seu cargo na pasta. Ele era um dos profissionais de mais destaque no combate à pandemia do novo coronavírus.
Wanderson segue recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e defende o isolamento social como principal medida para combate o avanço da Covid-19 do país. Em diversas coletivas, o secretário reiterou que o distanciamento é, por ora, a única arma contra o vírus.
O Ministério da Saúde não divulgou os motivos pelos quais Wanderson pediu demissão, tampouco quem o substituirá. Contudo, o ex-secretário escreveu uma carta na qual diz aos servidores de que era “momento de despedida”. Ele cita também a iminência de demissão do ministro Luiz Henrique Mandetta.
“Finalmente chegou o momento de despedida. Ontem, tive reunião com o ministro, e sua saída está programada para as próximas horas ou dias. Infelizmente, não temos como precisar o momento exato”, afirmou.
Wanderson estava no Ministério da Saúde há 15 anos. Ele coordenou o combate à pandemia de influenza e síndrome da zika congênita. Ele era responsável pelas ações de vigilância, prevenção e controle de doenças transmissíveis no Brasil. Além disso, o secretário cuidava da vigilância de fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, saúde ambiental e do trabalhador e também pela análise de situação de saúde da população brasileira.
O currículo de Wanderson é extenso. Ele é doutor em epidemiologia pela faculdade de medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, tem especialização pelo programa de treinamento em epidemiologia aplicada ao SUS, pelo centro de controle e prevenção de doenças da Georgia, nos Estados Unidos. É especialista em epidemiologia pela escola de saúde pública Johns Hopkins, também nos Estados Unidos, e é professor da escola da fundação Oswaldo Cruz, em Brasília.