O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta sexta-feira (4) que, se houver redução em relação aos 65 anos de idade mínima da proposta de reforma da Previdência, não deve haver regra de transição.
Maia, que busca a reeleição para o comando da Casa e já obteve o apoio do PSL de Jair Bolsonaro, afirmou que “todos morrerão” se a reforma da Previdência não for aprovada.
Em reunião de cerca de 40 minutos com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), no Palácio dos Bandeirantes, Maia obteve apoio do tucano para a sua candidatura e para a defesa da reforma.
Na quinta-feira (3), Bolsonaro disse em entrevista ao SBT Brasil que deve aproveitar parte da reforma apresentada pelo ex-presidente Michel Temer.
Sem explicar se falava sobre o setor público ou a iniciativa privada, ele afirmou que a idade mínima para aposentadoria deve ser de 57 anos para mulheres e 62 anos para homens até 2022, quando termina seu mandato.
No governo Temer, inicialmente se discutiu 65 anos como idade mínima de aposentadoria para ambos os sexos. O texto aprovado em comissão especial na Câmara determina 62 anos para mulheres e 65 para homens.
“Qual é a idade [ideal]? Não sei, acho só que, se você for reduzir em relação a 65 anos, você não pode ter transição. Uma coisa mata a outra. Idade mínima menor sem transição pode ser uma alternativa, 60 anos sem transição”, disse.
Segundo o deputado, a reforma da Previdência deve ser a agenda principal do país.
“A gente precisa de uma grande pactuação, acho que o governador João Doria tem toda a capacidade de liderar isso, entre o governo federal, os governadores e os prefeitos”, disse Maia sobre as mudanças nas aposentadorias.
Tanto Maia como Doria afirmaram que a reforma é o caminho para superar a crise e gerar empregos no Brasil.
“É decisiva e vem para defender os brasileiros mais pobres e os aposentados”, disse.
“O discurso que se faz para tirar direitos, não tira direito nenhum, nenhuma das propostas anteriores nem a que o Paulo Guedes está elaborando, nada para tirar direito de ninguém como Portugal ou Espanha”, disse.
O presidente da Câmara afirmou ainda que vai aguardar o governo Bolsonaro encaminhar a versão final da reforma da Previdência e que não vai ficar “tratando de partes”.
Ele avaliou, porém, que é preciso “compreender que a expectativa de vida no Brasil já passou de 74, 75 anos e vai continuar crescendo”.
Segundo Doria, o tema exige urgência.
“É fundamental que já no início do novo período legislativo, o Congresso Nacional possa deliberar e votar a reforma da Previdência”, disse Doria, completando que a bancada tucana paulista está orientada a apoiar a medida.
Hoje, no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), existem as aposentadorias por idade -60 anos para mulheres e 65 anos para homens- e por tempo de contribuição, que não requer idade mínima.
No setor público, a idade mínima é de 55 anos para mulheres e 60, para homens. (Folhapress)
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