Há alguns meses o euro, moeda comum da União Europeia (UE), tem caído consecutivamente se comparada ao dólar chegando ao nível mais baixo em 20 anos, atingindo a paridade com relação à moeda estadunidense, o dólar. Desde segunda-feira (11), porém, as duas moedas atingiram o mesmo valor e, nesta quarta-feira (13) a moeda europeia chegou a valer, por um momento, menos do que o dólar, o que representou uma desvalorização de mais de 15% do euro no último ano.
Isso acontece, claro, pelo momento em que vive a Europa em meio à guerra da Rússia contra a Ucrânia. Mas o pior é o que pode acontecer, já que o mercado, segundo divulga a grande imprensa, teme por recessão econômica que resulte na alta da inflação e crescente incerteza sobre a continuidade do fornecimento de gás russo. A Alemanha, por exemplo, já se prepara para uma potencial suspensão permanente do fluxo de gás natural da Rússia.
A reportagem conversou com moradores em Portugal e confirmou. A gestora de recursos humanos, Sandra Pereira, uma das entrevistadas, disse que os preços de produtos comuns nos mercados em janeiro eram bem diferentes do que os preços praticados atualmente. “Houve pequeno aumento, mas houve, e isso nos preocupa”.
Apesar da guerra na Ucrânia, porém, a decisão do Banco Central Europeu de manter inalteradas as taxas de juros também reflete na atual situação. Com isso, para os investidores, os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos também acabam sendo mais atrativos do que os da dívida europeia, fazendo com que eles prefiram o dólar ao euro.
Se o cenário não mudar a favor da União Europeia, a inflação na zona do euro levará a mais perdas de valor da moeda e ao aumento do custo de vida, já que países dessa região importam muito e as importações ficarão cada vez mais caras. Isso por que cerca de 50% das importações da zona do euro são em dólares.