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Política
| Em 5 anos atrás

Com filiação de Tejota, Cidadania aposta em eleição de mais de 40 prefeitos em 2020

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O Partido Cidadania ganhará no próximo sábado (29) um novo presidente. Está marcada para esta data a filiação do vice-governador Lincoln Tejota, ex-Pros, à sigla que era comandada pelo ex-deputado federal e atual secretário da Fazenda de Anápolis, Marcos Abrão.

Com a chegada de Tejota, existe a expectativa que centenas de aliados do vice-governador também passem a integrar os quadros da legenda. Em entrevista ao jornalista Altair Tavares, do Diário de Goiás, Tejota estimou que pelo menos 100 lideranças se filiarão junto a ele no Cidadania. “São prefeitáveis, vice-prefeitáveis e também chapas completas de vereador”, detalhou.

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A avaliação do vice-governador é que 20 prefeitos que estão atualmente com mandato se filiarão. Além disso, há a expectativa de que fortes nomes nas eleições municipais também concorram ao pleito pela legenda. “O potencial é real de ultrapassar 40 prefeitos nessas eleições”, disse Tejota.

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Na entrevista, o vice-governador também garantiu que não chega ao Cidadania para ser dono do partido. Ele destacou a importância de um projeto para a sobrevivência e crescimento da sigla no estado e se mostrou flexível a possíveis negociações nas decisões sobre o pleito eleitoral deste ano.

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Leia a entrevista na íntegra abaixo

O Cidadania ganha que tipo de perfil na sua gestão?

Ele ganha um perfil voltado para o desenvolvimento do nosso estado. Tive a oportunidade de encontrar com nosso presidente nacional, Roberto Freire. Ele tem uma trajetória política conhecida e pensamentos estabelecidos. Inicialmente, fiquei com um certo receio. Ele foi um cara que teve um pensamento extremamente de esquerda. O que encontrei agora foi o contrário. Foi um homem, um líder partidário, extremamente centrado e voltado para a agenda atual de desenvolvimento do país. Graças a Deus pude me encontrar nele e me identificar muito. Às vezes conversamos quando há uma mudança partidária e a tendência, para justificar, das pessoas é dizer que houve um alinhamento, mas de fato houve. Encontrei uma pessoa com pensamento muito parecido com o meu. O Brasil precisa crescer. Temos que avançar na agenda de reformas e isso abrange os estados, municípios e o governo federal. Isso, obviamente, me proporcionou uma liberdade para agir. Uma das coisas que ajudou muito nessa mudança foi como a atual gestão estadual do partido me recebeu. Eles se colocaram completamente dispostos e prontos para fazer o que tiver que fazer para me receber no partido juntamente com meu grupo. Isso foi determinante para minha escolha. Além do alinhamento de pensamento com o presidente nacional, com quem me senti extremamente confortável, houve também alinhamento junto à executiva do diretório estadual.

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Quantos e quem estão incorporados nesse projeto?

Nós ainda não quantificamos. Acredito que, no ato de filiação, levaremos pelo menos 100 lideranças. São prefeitáveis, vice-prefeitáveis e também chapas completas de vereador. Não estou falando aqui de aventuras. Nós estamos combatendo esse tipo. Há aquelas pessoas que muitas vezes buscam o partido para colocar debaixo de braço e ser um instrumento de pressão onde ele quer disputar. Não vamos aceitar isso. Vamos trabalhar com candidaturas sólidas, com pessoas que têm projeto e querem ver o partido fortalecido porque acreditam que, o instrumento de mudança, é um partido. Ninguém entra na política ou chega num mandato se não for através de um partido político. É necessário um fortalecimento. Temos também cláusulas de barreira. Agora já são 2% e 3% até 2030. O partido tem que pensar em trazer não só quadros de quantidade, mas de qualidade, pois hoje o eleitor quer que seja dessa forma. No próximo dia 29 será o ato de filiação de toda a minha base e de todo grupo que me acompanha. Não só isso, sabemos que hoje estamos numa posição que gera expectativa e dá projeção no estado inteiro. Isso tem feito que sejamos um expoente na política. Temos sido procurados por vários grupos, de vários partidos, inclusive que não alcançaram a cláusula de barreira, pessoas que têm nome e projetos bons. Tenho convicção de que o Cidadania vai renascer como um dos grandes expoentes políticos do estado de Goiás.

Em termos de prefeitos, quem está abraçando esta causa?

Tenho evitado citar nomes, pois a partir do momento em que você cita nomes, aumenta a pressão em cima do prefeito na cidade dele. A guerra por partido está grande. As pessoas estão procurando partidos e se agregar. Acredito que vamos ultrapassar a casa dos 20 prefeitos que estão aderindo. São prefeitos mandatários. Estamos recebendo também candidatos que estão com 83%, 60%, 70% nas pesquisas. O potencial é real de ultrapassar nessas eleições a casa de 40 prefeitos.

A agenda da filiação ao Cidadania já está definida?

Dia 29 de fevereiro. Tenho convidado todas as lideranças do estado. Vou convidar os 246 prefeitos do estado, inclusive para se filiar. Vou convidar até o próprio Iris Rezende para se filiar ao partido. A política e a história só favorecem quem tem ousadia. Medo não é uma das minhas características fortes. Me sentiria extremamente ofendido se um amigo se tornasse dirigente partidário e, no mínimo, não me convidasse para fazer parte desse partido. Quero dar a todos a importância que têm, independente do partido. Quero que eles vejam no Cidadania uma alternativa para poder vir e fazer sua política também.

Com compatibilizar um senador (Jorge Kajuru) que, por vezes, é muito crítico com o governo e um partido que está no governo?

O senador Jorge Kajuru é conhecido pelas suas posições e ter seu jeito próprio de fazer política. Foi por isso que ele encontrou no Cidadania um partido. Ele sentou com o presidente Roberto Freire, que deu liberdade a ele para defender as bandeiras que quiser. O Kajuru é uma força da natureza. Ele defende o que acredita, vai à frente. É muito bem-vindo para continuar fazendo isso no Cidadania. Até porque ele já estava antes de mim e foi um dos fatores determinantes para que eu viesse para o partido. Me ligou, me convidou, como o Marcos Abrão e o Virmondes. Não vejo dificuldade, até porque o Kajuru não está muito preocupado com a política partidária local das cidades. Ele está preocupado com o cenário nosso, melhorar o estado e o país. Não há conflito com isso.

Todo partido tem dono? O Cidadania está diferente dessa perspectiva?

Todo partido tem dono. O dono do Cidadania são todas aquelas pessoas que compõem e querem somar com o partido. Quem quer ser prefeito, quem quer ser candidato, quem quer ajudar a somar, ajudar o partido a ter voto e implementar o que acredita no município. Mas se você quer dizer que existe uma pessoa que é dona do partido, isso não existe. Isso tem sido deixado claro quando sentamos para conversar com a executiva estadual do partido. O desejo é unânime, de fazer o partido crescer. Para fazer o partido crescer, você tem que fazer concessões, tem que avançar e recuar. Eu tenho feito isso. Encontrei um partido que existe, com metas e trabalhos, que tem pré-candidatos e formado em certas cidades. Mesmo em cidades que tenho aliança. Mas tenho que entender que se as pessoas que estiverem comigo não quiserem somar, vamos ter que buscar um ponto de acordo para fazer um partido forte.

Essa estrutura de partido que tem dono, coronelista, está acabando?

Acredito que sim. O eleitor não suporta mais isso. Não existe mais reduto, não tem mais curral eleitoral. As últimas eleições serviram para provar isso. Não só aqui, mas no Brasil inteiro. Aqueles que achavam que tinham currais, esse cativo, caíram do cavalo. Olha a nossa eleição. Perdemos só em oito cidades e só tínhamos 14 prefeitos. Os que achavam que eram donos de currais, a população mostrou que sua vontade vai passar a valer a partir de agora. O Cidadania está buscando sinergia e sintonia com essa vontade da população.

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Rafael Tomazeti

Jornalista