Publicidade
Categorias: Esportes
| Em 7 anos atrás

Com estreantes, técnicos do Brasileirão têm média de idade de 48 anos

Compartilhar

Publicidade

A renovação no banco de reservas dos clubes brasileiros ficará ainda mais evidente quando a bola rolar a partir deste sábado (14) no Campeonato Brasileiro. Na rodada inaugural, quatro técnicos farão suas estreias na Série A como efetivos e outros dois, os trintões Thiago Larghi e Maurício Barbieri, surgem como interinos que podem ganhar continuidade no Atlético-MG e Flamengo respectivamente. Uma marca considerável, que faz a média de idade dos 20 atuais treinadores dos clubes ser de 48 anos.

Odair Hellmann (41 anos, Internacional), Marcelo Chamusca, (51 anos, Ceará), Fernando Diniz, (44 anos, Atlético-PR) e Alberto Valentim (43 anos, Botafogo) fecham o time de estreantes que, com sobras, superam o número de técnicos campeões brasileiros que iniciarão a campanha. São eles Fabio Carille, que busca o bicampeonato pelo Corinthians, Abel Braga, mais um ano no comando do Fluminense que levou ao título em 2012, e Nelsinho Baptista, campeão de 1990 que hoje dirige o Sport.

Publicidade

A sensação de renovação ganha ainda mais força com a quantidade de técnicos experientes e campeões brasileiros que, por opção própria ou falta de oportunidade, vão começar a Série A apenas como observadores. Recém-saído da China, Luiz Felipe Scolari já avisou que não pretende trabalhar no Brasil e Cuca vai esperar a Copa do Mundo para analisar convites. Mas Marcelo Oliveira, Vanderlei Luxemburgo, Oswaldo de Oliveira e Geninho hoje surgem como opções secundárias dos grandes clubes brasileiros.

Publicidade

Na galeria dos campeões nacionais, muitos já migraram de área e trabalham em funções diretivas, como é o caso de Antonio Lopes, Paulo Autuori e Carlos Alberto Parreira. Já Emerson Leão, Muricy Ramalho, Andrade e Joel Santana estão há tempos fora do mercado de técnicos, sendo que Muricy já se considera aposentado desta função. Tite, por sua vez, atualmente dirige a seleção brasileira.

EFEITO CARILLE

Publicidade

Efetivado no Corinthians na passagem de 2016 para 2017, o técnico Fabio Carille virou um argumento dentro dos clubes para sustentar apostas em treinadores antes vistos como tampões para emergências. Campeão em seu primeiro Campeonato Brasileiro, o corintiano mostrou que, às vezes, a solução pode estar dentro de casa e a custos mais acessíveis.

Exemplo deste novo modelo veio do Internacional, que preferiu efetivar Odair Hellmann na volta à Série A do que apostar em um medalhão. Na época, o vice-presidente do clube citou Carille para justificar a decisão e o próprio Odair disse ter conversado com o corintiano sobre os desafios que viriam pela frente. O técnico segue para a disputa do Brasileiro mesmo após após o revés nas quartas de final do Campeonato Gaúcho.

Ainda neste sentido, os nomes de Thiago Larghi, de 37 anos, e de Maurício Barbieri, de 36 anos, surgem como opções viáveis de efetivação para Atlético-MG e Flamengo, respectivamente. Os dois clubes tratam a situação com cautela, mas diante da falta de opções no mercado é provável que, pelo menos nas primeiras rodadas, o comando esteja em suas mãos.

Auxiliar que trabalhou como analista de desempenho na seleção brasileira, Larghi pegou o time mineiro das mãos de Oswaldo de Oliveira e comandou uma reação que quase terminou com o título estadual. Tinha boas chances de ser oficialmente efetivado caso fosse campeão, mas não perdeu o prestígio. O aproveitamento superior a 70% e a evolução no desempenho dentro de campo fazem o técnico ser considerado, internamente, um efetivo no cargo.

Já Barbieri foi praticamente o único poupado da devassa que ocorreu no departamento de futebol do Flamengo após a eliminação no Campeonato Carioca. Com passagens em comissões técnicas de Audax Rio, Red Bull Brasil, Guarani e Desportivo Brasil, o técnico com idade para ser jogador inicia o Brasileiro mais pelo insucesso do Flamengo na investida por Renato Gaúcho. Mas o apoio dos jogadores e o histórico do clube – que recentemente viveu situação parecida com Zé Ricardo – fazem da continuidade de Barbieri uma possibilidade concreta.

Neste cenário, o caso mais curioso é de Alberto Valentim. Figura recorrente no banco de reservas palmeirense, mas sempre tratado como interino dentro do clube, Valentim resolveu tentar a sorte no mercado ao encerrar a campanha do Brasileiro de 2017 entre altos e baixos. Assumiu o Botafogo e, menos de quatro meses depois, já comemorou o título do Campeonato Carioca.

DINIZ NA SÉRIE A

Considerado um expoente da nova geração por sua proposta arrojada de troca de passes e presença ofensiva, Fernando Diniz enfim estreará na Série A nacional. Desde 2016, quando levou o Audax ao vice-campeonato paulista, seu nome sempre permeou as especulações de times que buscavam um técnico no mercado, mas coube ao Atlético-PR fazer a aposta.

Como tradicionalmente faz a cada ano, o time paranaense usou o Estadual como laboratório, o que deu a Fernando Diniz um grande tempo de treinamentos para preparar o time para o desafio no Brasileiro. Será a chance de o técnico de 44 anos se colocar de vez como opção viável aos grandes clubes do Brasil.
Fechando a lista de estreantes, Marcelo Chamusca tem uma trilha diferente dos demais. Já com 51 anos, o treinador tem uma longa rodagem como auxiliar em clubes do Brasil e do exterior. Assumiu a função principal dentro de uma comissão, oficialmente, em 2011 e desde então conseguiu acessos com Salgueiro, Guarani e Ceará, clube no qual permanece para seu primeiro desafio na Série A.

ESTABILIDADE

A tendência de renovação já é uma marca das últimas temporadas do futebol brasileiro, mas o desafio segue o mesmo: ter continuidade no cargo. Em 2017, foram mais de 20 trocas ao longo do Brasileiro, deixando uma média que supera uma por clube.
Assim como neste ano, em 2017 muitos clubes apostaram em técnicos em começo de carreira para o começo do Brasileiro, mas não seguraram a pressão: Rogério Ceni (São Paulo), Pachequinho (Coritba), Petkovic (Vitória) e Marcelo Cabo (Atlético-GO) não seguiram o sucesso de Carille e foram pegos pela máquina de moer técnicos. A questão é se o Brasileiro de 2018 será diferente com os estreantes.

Todos os técnicos do Brasileiro Série A

– Estreantes efetivos:
Odair Hellmann, 41 anos (Internacional)
Marcelo Chamusca, 51 anos (Ceará)
Fernando Diniz, 44 anos (Atlético-PR)
Alberto Valentim, 43 anos (Botafogo)
– Estreantes com chances de efetivação:
Thiago Larghi, 37 anos (Atlético-MG)
Maurício Barbieri, 36 anos (Flamengo)

– Campeões do Brasileiro:
Fabio Carille, 44 anos (Corinthians)
Abel Braga, 65 anos (Fluminense)
Nelsinho Baptista, 67 anos (Sport)

– Já com experiência em Brasileiros:
Renato Gaúcho, 55 anos (Grêmio)
Rogério Micale, 49 anos (Paraná)
Gilson Kleina, 50 anos (Chapecoense)
Roger Machado, 42 anos (Palmeiras)
Diego Aguirre, 52 anos (São Paulo)
Jair Ventura, 39 anos (Santos)
Mano Menezes, 55 anos (Cruzeiro)
Enderson Moreira, 46 anos (América-MG)
Guto Ferreira, 52 anos (Bahia)
Vagner Mancini, 51 anos (Vitória)
Zé Ricardo, 46 anos (Vasco)

Publicidade