Entrega do Título Honorífico de Cidadania Goiana ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na Alego. Foto: Lucas Diener
Na noite desta sesta sexta-feira (18), o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) foi agraciado com o Título Honorífico de Cidadania Goiana. O requerimento para a entrega da honraria foi apresentado pelo deputado estadual Fred Rodrigues (DC), para fazer valer a Lei nº 20.498/2019, apresentada em 2019 pelo ex-deputado Humberto Teófilo, aprovada pela Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) e sancionada pelo governador Ronaldo Caiado (União Brasil) no mesmo ano.
Presente na solenidade, Caiado destacou a importância do título. “É uma honraria que impõe muito mais deveres do que direitos. Até porque nós nos orgulhamos de nossa terra e, ao fazermos a deferência de reconhecer os serviços prestados de um presidente, é porque eles realmente aconteceram”, reconheceu o governador.
Segundo o governador, após Juscelino Kubitschek, Bolsonaro foi o presidente que mais investiu no estado de Goiás. Caiado citou os recursos na saúde durante a pandemia, na educação – com ênfase nos colégios militares – e em infraestrutura, como a prioridade para a Ferrovia Norte-Sul e também a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico).
O governador lembrou que, durante seis mandatos no Congresso Nacional, compartilhou períodos com Bolsonaro, que permaneceu na Câmara dos Deputados por 28 anos. “Cada um de nós sabe da responsabilidade que temos com o país”, finalizou ao citar as compatibilidades com o homenageado. O ex-deputado federal, Major Vitor Hugo (PL), também recebeu o título de cidadania goiana durante o evento.
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Durante a homenagem, Jair Bolsonaro agradeceu a honraria e parceria com Caiado. “O agro é um ambiente sadio, de prosperidade e de progresso que orgulha a todos nós no Brasil. A dedicação, a vontade e o sacrifício desses bravos realmente nos orgulha. Enquanto estive à frente do Executivo, colaborei com vocês da melhor maneira”, avaliou o ex-presidente.
“É completamente natural que Bolsonaro seja um de nós” afirmou o deputado Fred Rodrigues, que propôs a cerimônia oficial para reconhecimento de Bolsonaro como cidadão goiano. “Uma pessoa que verdadeiramente ama o nosso estado. Vive o que o nosso estado prega. É um estado que preza pelos valores e princípios da família brasileira”, argumentou Fred.
Após o encerramento da solenidade, Jair Bolsonaro se reuniu com apoiadores no Auditório Carlos Vieira, na Assembleia Legislativa. Ovacionado, o ex-presidente afirmou estar muito feliz com as homenagens.
“Fiquei muito feliz. E a minha visão é realmente privilegiada ao ver um mar verde e amarelo na minha frente, as cores da nossa bandeira, as cores do futuro da nossa pátria”, disse Bolsonaro destacando o respeito a símbolos nacionais, como a bandeira brasileira e o Hino Nacional.
Discursando diante de um auditório tomado por um público vestido de verde amarelo, portando a bandeira do Brasil, o ex-presidente listou pautas defendidas pelos conservadores, a começar pela família, a qual classificou como um “bem sagrado para todos nós”.
“Nós somos trabalhadores, nós somos empreendedores. Nós queremos o melhor para o nosso Brasil. Somos contra a legalização das drogas. Somos favoráveis à liberdade da defesa, defendemos a liberdade de expressão”, frisou.
Bolsonaro disse enfrentar um momento difícil, mas acredita que esse tempo provavelmente ficará para trás. Ele aproveitou a oportunidade para criticar as prisões de pessoas envolvidas nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, em Brasília.
“Lamentamos o sofrimento de centenas de pessoas. Mais de uma centena, pelo menos, ainda sofre em Brasília, tendo a sua liberdade surrupiada por alguém que não poderia fazer isso”, ressaltou.
O ex-presidente disse ter recebido o privilégio de estar à frente do Executivo Federal ao longo dos últimos 4 anos. E enfatizou os números alcançados em seu governo.
“Juntos, nós ajudamos o Brasil a crescer. Apesar dos problemas, pandemia e guerra, nós terminamos 22 com números da economia bem melhores que aqueles que recebi em 2019. Dizer a vocês que não é fácil. Mas agradeço a ele, o criador, por essa eleição que ele me deu ao longo de 4 anos”, pontuou.
Reforçando sua postura de oposição ao governo do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro declarou que o momento atravessado pelo Brasil será passageiro.
“Outro chegou ao poder. Nós não tínhamos dúvida do que ele faria caso chegasse ao poder. Mas isso, pode ter certeza, é passageiro. O Brasil é composto em sua grande maioria de pessoas que de bem, cristãos, pessoas honradas e trabalhadoras. Como disse o Caiado aqui, nós temos mais do que ter esperança. Temos que lutar pelo mundo por um Brasil melhor para todos nós. Sei que não é fácil. Mas nada que não seja difícil é duradouro. Nós estamos passando por esse momento, que servirá como vacina para o nosso povo. Acredito que chegou a hora do Brasil ser uma grande nação e com um povo como esse, tenho certeza que nós seremos”, declarou.
Por fim, Jair Bolsonaro agradeceu o carinho e disse ser o “ex mais querido do Brasil”. “Eu só quero agradecer a todos vocês por esse carinho, por essa consideração e por esse momento, que acaba recarregando as nossas baterias pra continuarmos sempre ao lado de vocês. Pode ter certeza que o ex mais querido do Brasil sempre estará ao lado do seu povo. Muito obrigado a todos”, concluiu.
Jair Bolsonaro foi homenageado pelo presidente da Associação Brasileira Pró-Desenvolvimento Regional Sustentável (Adial Brasil), José Alves Filho, que também dirige o Grupo José Alves, o qual tem em seu portfólio a Refrescos Bandeirantes, fabricante dos produtos da Coca-Cola Brasil, o Centro Universitário Alves Faria (Unialfa), entre outras empresas.
Bolsonaro ainda recebeu das mãos do presidente da Agência Brasil Central (ABC), Reginaldo Júnior, e do diretor de Telerradiodifusão, Imprensa Oficial e Site, Rafael Vasconcelos, um título em nome da liberdade de expressão.
“Nós fomos ameaçados várias vezes, fomos atacados e até processados. Mas eu agradeço ao Ministério Público Federal, que reconheceu que ouvir a direita, ouvir a esquerda e deixar que todos falem é um direito de todos nós, comunicadores. Obrigado a todos vocês”, destacou Reginaldo Júnior.
Na ocasião, Vasconcelos afirmou que processos que tentaram censurar a TV Brasil Central foram arquivados. E ressaltou que, quando Jair Bolsonaro foi presidente, não houve esse problema. “Eu temo muito pela liberdade de expressão, para nós que somos jornalistas e queremos apenas ouvir os dois lados para que as pessoas possam tirar as suas próprias conclusões”, salientou.
Por fim, o ex-presidente foi retirado do local sob proteção da segurança do Corpo de Bombeiros (CBMGO). Ele não concedeu entrevista e nem respondeu sobre temas como o caso das joias ou das denúncias do hacker Walter Delgatti Neto. Nada foi citado sobre esses assuntos em nenhum dos eventos.