Anápolis comemora seu 113º aniversário em condições inéditas. Nesta sexta-feira (31), o terceiro município mais populoso de Goiás completa mais um ano de emancipação política, conquistada em 1907 com o árduo desafio de conter a Covid-19, em franca expansão na cidade.

Nas últimas semanas, Anápolis, assim como o restante do estado, viu os números da epidemia avançarem rapidamente. No dia 1º de julho, o prefeito Roberto Naves anunciou a mudança de cenário na matriz de risco, saindo do leve e passando para o moderado.

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A alteração, conforme prevê o decreto local, se dá quando a ocupação de leitos de UTI municipais passa de 25%. Nem mesmo a expansão de 33 para 43 leitos evitou a piora. Atualmente, 37% dos leitos estão ocupados e a média dos últimos dias tem se mantido estável. Na rede estadual instalada na cidade, com o Hospital de Urgências Dr. Henrique Santillo (Huana), que atende toda a região macronorte, a situação é mais crítica, com a ocupação sempre entre 80% e 90% em julho e às vezes chegando até ao esgotamento, antes da expansão de 17 para 33 UTIs.

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Dados da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) mostram que Anápolis tem 3.785 casos confirmados, o que significa que, desconsiderando a subnotificação, pelo menos cerca de 1% da população de 387 mil habitantes já contraiu o coronavírus Sars-CoV-2.

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O último dia sem confirmar casos de Covid-19 foi 5 de maio. Após fechar maio com apenas seis mortes pela doença. Em junho, eram 38. No boletim mais recente, de 30 de julho, mais que dobrou e atingiu 86. Nesta quarta-feira (29), a cidade atingiu o recorde de mortes diárias até aqui, com seis.

Apesar da força que a epidemia ganhou nos últimos dois meses, os dados da Semusa apontam para um início de tenência de estabilização. Após dobrar as confirmações semanais por três semanas consecutivas, passando de 210 na semana 25 para 401 na 26 e, posteriormente, 645 na semana 27, houve subidas mais suaves, para 663 e 704 nas duas semanas posteriores. Nos últimos 17 dias, apenas cinco dias tiveram contagens de casos centenárias. O recorde foi na quinta-feira (30), com 168.

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Segundo o modelo da UniEvangélica, acompanhado pela prefeitura, o pico da epidemia deve ser na próxima sexta-feira (7).

Sem comemoração

Como prevê o decreto municipal, quaisquer eventos públicos ou privados estão suspensos e, portanto, não haverá o tradicional desfile cívico-militar na Avenida Goiás. Outras apresentações costumeiras, como da Lira de Prata, também não ocorreram. Deve haver apenas um simbólico hasteamento das bandeiras, com menos de 10 pessoas presentes, à frente do Centro Administrativo.

Dados da cidade

O município é uma das principais forças econômicas do Centro-Oeste, com PIB de R$ 14,2 bilhões (IBGE/2017), atrás apenas da capital Goiânia. Boa parte da economia vem da indústria, com o Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia) se firmando como um dos principais polos farmoquímicos do país. Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Anápolis tinha, em 2018, 1.022 indústrias de transformação instaladas.

O levantamento do IBGE também aponta 4.130 estabelecimentos comerciais em 2018, 559 unidades locais de construção e 673 relacionadas à atividades administrativas instaladas no município.

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