Em entrevista a rádio Bons Ventos FM, o presidente do Ipasgo Silvio Fernandes, explicou a atual situação do órgão que acumulou um déficit de quase 130% em três anos. Mas, adequações estão sendo feitas e o presidente é otimista em uma recuperação. Além disso, quando um possível reajuste e correção da tabela pode acontecer.

De acordo com o presidente, nos últimos anos houve um aumento expressivo do déficit por conta de algumas decisões que foram tomadas sem nenhum respaldo financeiro. “Agora, é um período de adequação, de estudo e de muito trabalho. Buscar a correção desse déficit, porque ele aumentou em quase 130% nesses três anos e no ponto de vista operacional em qualquer empresa isso é um sinal mais do que vermelho”, explica.

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“Cortamos quase 40% do nosso gasto operacional, isso deu uma economia de quase R$ 50 milhões, só que se jogar em todo o fluxo que nós temos isso não representa nem 3% de economia global”, acrescenta.

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Para o ano de 2019, o Ipasgo tem previsto um déficit de R$ 214 milhões. “Quando nós assumimos, o governo devia para os prestadores uma parte de setembro até dezembro do ano passado. Mas, existe ainda uma dívida de antes de setembro de mais de R$ 250 milhões”, completa.

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Em relação ao reajuste, o presidente ressalta que antes de propor qualquer tipo de aumento é preciso observar o que está sendo feito. “Existe um reajuste que é feito de maneira anual e é obrigatório por lei. Uma vez por ano é feito um estudo que é para o Instituto fazer a correção dessa tabela, lembrando que a correção vai incidir sobre aqueles que fazem a contribuição, por faixa etária. Sobre aquele que tem percentual de salário e o de dependentes também se propõe uma correção, só que essa correção só incide sobre o piso e o teto. O servidor que está no meio, que é a grande maioria ele não incide ao aumento de contribuição, porque para ter aumento de contribuição é somente quando eu tenho aumento de salário”.

Ainda segundo Silvio, o aumento do ano passado não foi feito. “Quando eu falo em ajuste e correção é justamente pegar aquilo que está gastando e a projeção para equilibrar isso. Esse ano pedimos um tempo, vamos tomar as medidas para tentar reduzir os nossos custos naquilo que for possível sem prejudicar o serviço para o nosso usuário e só depois disso a gente propor o que tem que ser corrigido. O prazo já está até estourado, que era até março. Então, o prazo é daqui para frente, assim que nós terminarmos todo esse levantamento e aquilo que a gente pode reduzir ai sim a gente vai propor”, detalha.

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Práticas recorrentes

O presidente destaca que a situação começou a ficar crítica a partir do ano de 2003. “O Estado criava alguns benefícios, uma série de situações que ele beneficiava algumas pessoas, mas o governo tinha que fazer essa contrapartida e não fazia. Hoje, tem um dívida para com o Ipasgo que sem correções deve chegar a R$171 milhões e corrigido vai para R$320 milhões. O governador já sinalizou que assim que as coisas começarem a ficar mais claras na parte de finanças do Estado ele vai sim buscar resolver essa situação”.

Outro ponto discutido pelo presidente foi o de que 35% dos usuários do Ipasgo tem vínculo direto com o Estado, o restante são agregados, filhos que se mantiveram no plano, além de, convênios com prefeituras, ou seja, dos 620 mil usuários apenas 35% são ligados diretamente ao Estado.

“O plano foi feito para a saúde do servidor do Estado, então tudo que vier tem que agregar valor a essa finalidade. Se vamos ter agregados e convênios que venham com regras claras e que não tragam prejuízo para o nosso usuário. Da maneira que está, com esse déficit se a gente não agir de maneira muito transparente daqui cinco anos a coisa vai desandar e vai quebrar, hoje, o nosso plano é em 58% mais barato”, afirma Silvio.

Hospital do servidor

O Hospital do Servidor Público, uma obra com previsão de duração de 18 meses que se estendeu para cinco anos e hoje está faltando 20% para ser concluída. “Não tem estudo de viabilidade e esses 20% correspondem mais ou menos a R$ 8 milhões para terminar e depois fica a pergunta como vamos operacionalizar. Um custo para manter um hospital desse chega a 10 ou 15 milhões por mês”, explica o presidente.

Ainda segundo ele, foi criado um comitê formado por técnicos do Ipasgo e por representantes do Fórum Sindical. “Foi feito a avaliação daquilo que já está pronto e decidimos que vamos reativar as obras nos próximos 15 a 30 dias para entregar no prazo de seis meses”.

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