O presidente Michel Temer embarcou neste sábado (8) ao Brasil depois de pouco mais de 30 horas de passagem por Hamburgo, na Alemanha, onde o peemedebista participou da cúpula do G20.
Ele disse à imprensa estar “tranquilíssimo” sobre o retorno, enquanto se acumulam as crises políticas ameaçando seu mandato -razões para a curta participação na importante reunião das principais economias do mundo.
O avião com o presidente decolou às 12h25 locais (7h25 em Brasília). Temer perdeu, com isso, a última sessão com os demais líderes, incluindo o americano Donald Trump e o francês Emmanuel Macron. Ele também não acompanhou a emissão do comunicado conjunto, que é o tradicional documento do fim da cúpula.
Seu “tranquilíssimo” foi a única declaração oficial no sábado, seguida de um sinal de “tudo joia” com ambas as mãos. No dia anterior, Temer dissera não existe crise econômica no Brasil.
A breve viagem de Temer coincidiu com a perda de apoio entre aliados. Conforme revelou a coluna “Painel” desta sexta (7), o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) declarou que, se depender da tramitação da denúncia contra o peemedebista, “dentro de 15 dias o país terá um novo presidente”.
Temer disse na sexta (7), em Hamburgo, que foi “força de expressão”. “Vamos esperar 15 dias, não é verdade?. Vamos esperar. Às vezes as pessoas se entusiasmam.”
A viagem de Temer ao G20 havia sido inicialmente cancelada, mas o governo reavaliou a decisão na segunda (3).
As idas e vindas contribuíram para uma agenda esvaziada, sem nenhuma reunião bilateral, e para uma gafe: o programa entregue à imprensa apontava o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, como chefe da delegação, no lugar de Temer.
Em rede social, Temer afirmou que Donald Trump elogiou a economia do Brasil durante encontro no G20.
No Twitter, Temer disse que sugeriu ao presidente dos EUA aproximar empresários brasileiros e americanos para gerar negócios. Segundo ele, Trump teria gostado da ideia e “reforçou que o Brasil está indo muito bem”.
Em 2009, o então presidente Lula recebeu elogios do ex-presidente norte-americano Barack Obama durante reunião do G20 em Londres.
“Eu adoro essa cara”, disse Obama para Lula à época.
Com a possibilidade de que Temer não tenha o apoio suficiente para continuar no cargo, partidos da base começaram a discutir a gestão de transição do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM).
O consenso seria a manutenção desta equipe econômica, incluindo Meirelles. O ministro, só deve retornar da cúpula do G20 a Brasília neste domingo (9).
Na Alemanha, na sexta, Temer disse que confia no aliado Maia.
“Acredito plenamente. Ele só me dá provas de lealdade.”, afirmou Temer.
O presidente também disse que sua preocupação em relação a uma delação de Eduardo Cunha é “zero”. (Folhapress)