As redes de supermercados estão investindo em ações agressivas no segmento de bebidas para o Carnaval deste ano não ser ainda pior que o de 2016.
Na rede de mercados Dia, o slogan “Carnaval sem crise” quer atrair o consumidor com descontos que chegam a 80% -na terceira unidade da cerveja, por exemplo. Toda a linha da categoria “ice” -alcoólicos misturados com frutas ou outras bebidas- será vendida pela metade do preço.
No Extra, há oferta de 20% nas vodcas Orloff e Absolut, e a terceira caixa de cerveja Skol (lata de 269 ml) também tem desconto de 80% –a latinha passa de R$ 2,49 para R$ 1,82. Dez unidades da rede em São Paulo contarão ainda com tendas em estacionamentos para facilitar a venda das bebidas.
“Investimos pesado no Rio e no Nordeste, mas, neste ano, focamos bastante também em São Paulo, aproveitando o crescimento dos bloquinhos de rua e essa mudança no hábito do folião paulistano”, diz Renato Giarola, diretor comercial do GPA, grupo que reúne marcas como Extra e Pão de Açúcar.
Na categoria de bebidas mistas -que inclui “hits” da estação, como Skol Beats e Catuaba Selvagem-, a expectativa do grupo é de um aumento de 30% nas vendas.
“Temos que ser agressivos e dinâmicos para conseguir crescer neste cenário de desemprego alto. Precisamos trabalhar três vezes mais para faturar um pouquinho além, mas, se continuarmos fazendo exatamente como em outros anos, não vamos vender igual”, diz Giarola.
No ano passado, o setor paulista registrou crescimento de 0,8% nas vendas do período, ante 2015, segundo a Apas (Associação Paulista de Supermercados). Para este ano, a entidade espera alta de 1%.
Um alívio da inflação deve auxiliar nas vendas, aponta Rodrigo Mariano, gerente de economia da Apas. Em janeiro, as cervejas, por exemplo, registraram queda de 1,38% nos preços.
“Se as marcas não reduzirem o preço médio, mesmo que isso implique em uma queda na margem de lucro, as pessoas não vão consumir”, diz Mariano.
O calendário deste ano também deve ajudar o comércio, segundo Adalberto Viviani, presidente da consultoria Concept, especializada em alimentos e bebidas.
Em 2016, o Carnaval caiu na segunda semana de fevereiro -neste ano, ficou para a última. “No começo de fevereiro, as famílias ainda têm que lidar com despesas de início de ano. Mais para o final do mês, podem já ter encontrado uma acomodação financeira e consumir mais”, diz Mariano. (Folhapress)
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