A Polícia Federal de Goiás deflagrou na terça-feira (16), a Operação Paper Land, para coibir a prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção. Crime foi descoberto pela ação rápida do cartório, que, após analisar, recusou o registro de uma Cédula de Crédito Rural suspeita. A recusa deu início a uma investigação aprofundada que resultou na operação.
Foram cumpridos 18 mandados em 13 endereços nas cidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Acreúna e Rio Verde. A investigação apurou que um grupo formado por empresários, advogados e funcionários de instituição financeira fraudava a obtenção de financiamentos agropecuários com o uso de documentos falsos e corrupção de profissionais credenciados junto à Caixa Econômica Federal – CEF. A instituição financeira teve um prejuízo que ultrapassa 40 milhões de reais, somente no período de 2022 a 2023.
“Durante a qualificação do título, notei a ausência de informações essenciais do documento e ainda a presença de vários dados inconsistentes. Ao examinar o documento, também constatei mais outro indício de irregularidade, relacionado a reconhecimento de firma”, explicou o Jhonathan Estevam, oficial de Registro de Imóveis de Nova Crixás, que agiu diante da apresentação do documento que continha indícios de irregularidades.
Considerando a situação, o oficial noticiou os acontecimentos à autoridade policial competente e emitiu nota devolutiva informando a impossibilidade de registro até que a questão da suposta falsidade fosse esclarecida. O oficial prestou depoimento e forneceu os documentos à autoridade policial, que realizou a apreensão dos documentos e iniciou as investigações.
Durante a operação, a polícia determinou o bloqueio de contas bancárias utilizadas pelos investigados e o sequestro de ao menos 48 imóveis e 44 veículos de propriedade do grupo criminoso, além da constrição de criptoativos.
Rodrigo Borba, presidente da Associação de Titulares de Cartórios Goiás (ATC-GO), ressaltou a importância da atuação dos cartórios para gerar segurança jurídica. São mais de 100 mil empregados diretos espalhados no país, blindando os negócios para constituir um verdadeiro seguro para as partes que usam nossos serviços”, afirmou Rodrigo.
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