No ar há mais de 65 anos, na frequência 640 AM, a Rádio Difusora Goiânia finaliza os investimentos para dar um passo histórico na com a migração para a frequência FM 95,5 no mês de dezembro. O momento é tratado como um presente de Natal para os ouvintes fiéis que acompanham a frequência radiofônica que é focada em jornalismo, entretenimento e religiosidade. 

A mudança histórica é tratada como uma necessidade que a própria emissora vive no momento. Integrando a direção da emissora o Irmão Diego Joaquim, que também é jornalista, enfatiza a qualidade da transmissão como um dos fatores mais importantes para a nova fase.

Publicidade

“Pelo menos nos últimos 15 anos viemos sofrendo com a degradação do sinal (AM), própria de todas as emissoras de onda média, e com a perda de espaço no mercado publicitário. (A Rádio Difusora) É uma emissora que pertence uma fundação, mas tem uma concessão comercial, então é da comercialização que ela tira a sua sobrevivência”, destacou em entrevista ao Diário de Goiás.

Publicidade

As condições que a Difusora tinha enquanto AM, colocavam em risco a atuação comercial da emissora. Diego explica que a concorrência com a onda FM era desleal e colocava em xeque o futuro da emissora que chegava a passar por dificuldades financeiros. Foi este o principal fator que provocou a migração.

Publicidade

“Comercialmente, essas emissoras já não eram sequer consideradas nos planos de investimento publicitário das agências da mídia privada. Mesmo sendo emissoras com a audiência, é uma audiência inclusive fiel”, pontua.

Planos para a nova fase em FM

Os planos para dezembro, quando a Rádio Difusora planeja a mudança para a frequência FM 95,5 definitivamente, são de ampliação de audiência. A expectativa é manter os programas religiosos, que são marca de emissora, porém, trazer também outros segmentos, como jornalismo, programas esportivos, música e entretenimento.

Publicidade

“Mesmo sendo uma rádio pertencente e administrada pela igreja católica, por instituições da igreja católica, ela nunca teve uma programação 100% confessional. Acreditamos que os valores do evangelho devem marcar toda a programação, então nós fazemos jornalismo, nós fazemos esporte, nós fazemos programação de entretenimento com valores religiosos, além dos programas explicitamente religiosos”, ressalta o diretor. 

Diego Joaquim reitera que o foco é levar informação e entretenimento, sem deixar de lado a essência da rádio, que manteve público fiel por tantos anos. “Queremos levar uma programação informativa e formativa, portanto, o jornalismo é o carro-chefe e continuará sendo o carro chefe da programação da difusora”, acrescenta.

Dificuldades da migração

De acordo com o dirigente da Rádio Difusora, houve dificuldades jurídicas e administrativas para que a migração pudesse ser possível este ano. A negociação com o Governo para financiamento dos gastos com a migração, no pagamento da taxa de outorga relacionada aos direitos de concessão, e para compra de transmissores e equipamentos foi perdida por conta de um erro no decreto.

“O pagamento da taxa de outorga, que não é um valor barato, é um valor que as emissoras, até um ano atrás, tinham que pagar à vista, o governo assinou com a possibilidade de parcelamento nesse ano de 2022 e fez um decreto. Todo mundo se preparou para fazer esse parcelamento, mas o governo errou no decreto e o processo foi perdido”, conta o Irmão Diego.  

Por conta do erro, a emissora teve que optar por um financiamento próprio para conseguir pagar as taxas ao Governo à vista. “Só agora depois, entre o primeiro o segundo turno (das eleições), o Governo regularizou a possibilidade de parcelamento da taxa de outorga. Essas taxas de outorga variam de rádio pra rádio, mas por exemplo, no caso de Goiânia, as emissoras pagaram pelo menos meio milhão de reais. É um valor muito grande, tendo em  vista a realidade econômica financeira das rádios, o caixa do dia a dia, o lugar que elas têm no mercado publicitário”, acrescentou o jornalista.

Publicidade