Integrantes do Centro de Operações de Emergência (COE) de Goiânia se reuniram na tarde desta quarta-feira (3) para avaliar uma flexibilização no decreto municipal da Lei Seca, de forma que o horário de fechamento de bares e restaurantes seja estendido até a meia-noite.
O superintendente de Vigilância em Saúde, Yves Mauro Ternes afirmou que, na ocasião, foi avaliado o cenário epidemiológico de Goiânia e a atual situação da taxa de ocupação hospitalar no município. “Foi identificado que 69% da taxa de ocupação de leitos de UTI para Covid aqui em Goiânia 57% eram de pacientes provenientes do interior. O que significa que o impacto para a internação de residentes em Goiânia é menos da metade da população de leitos de UTI”, explicou.
Yves ressaltou, ainda, a estabilidade da curva epidemiológica com relação ao número de casos “dá subsídios para o prefeito de Goiânia reavaliar o decreto de fechamento dos bares e restaurantes, neste momento”.
A sugestão de flexibilização do decreto já havia sido levantada pelo próprio prefeito, conforme noticiado pelo Diário de Goiás na última segunda-feira (1). Em entrevista à Rádio Bandeirantes, Rogério alegou ter atendido a uma reunião com os representantes da categoria, na última sexta-feira (29) para ouvir suas demandas.
O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), ainda não foi informado das decisões do COE. A expectativa é que entre até amanhã (04) um novo decreto seja emitido, com o republicano acatando as recomendações do grupo.
Decisão nas mãos do prefeito
Em entrevista ao Jornal O Popular na tarde desta quarta (03), o secretário de Saúde Durval Pedroso afirmou que a decisão em torno da flexibilização estava nas mãos do prefeito Rogério Cruz. A função do COE é reunir a parte técnica da questão e repassar, mas quem bate o martelo é o prefeito.
“A decisão cabe ao Executivo, nós somos um órgão consultor que fornecemos as informações técnicas e epidemiológicas que são pautadas na questão sócio-econômica da nossa cidade. Todos esses detalhes são transmitidos ao prefeito e cabe a ele tomar a decisão com as orientações que nós passamos à ele”, destacou.
Ele explicou que o município vive um período com com taxas altas, porém, estáveis na contaminação. “Nas últimas 24 horas tivemos uma ascensão da taxa que chegou próximo a 70% que na verdade agora encontra-se em 68%. O que mais chama a atenção é o que temos visto uma taxa de contaminação estável, uma taxa mais elevada na casa de 10%, hoje foram realizados já 1300 testes que ocorrem na população geral e a taxa de contaminação tem se mantido em 10, 11% que é o que nós temos observados nos últimos 10, 15 dias”.
O titular também pontuou que a implantação de mais leitos não significa uma situação confortável na capital. Segundo ele, a letalidade do virus é o mesmo, mesmo com mais leitos e por isso, é necessário seguir com as orientações preventivas de combate ao contágio. “Lembrando que o uso de leitos não deve ser nosso gatilho para atenção ao controle da doença. Porque a mortalidade da doença ela se mantém, porque independente da abertura de leitos, proporcionalmente, o agravo a esses pacientes ele se mantém. O importante é as medidas de controle de disseminação da doença, para que não tenhamos o aumento de casos graves e a necessidade de hospitalização.”
Pedroso também destacou que há uma certa dificuldade em achar profissionais da saúde capacitados para trabalhar em UTI’s para Covid-19 o que torna um obstáculo para abertura de novos leitos. “Hoje já temos 157 leitos abertos com a possibilidade de abertura de mais leitos sim, só que eles são abertos à medida que aparece a necessidade. Não se abre leito de UTI da noite pro dia, os equipamentos muitas vezes já não são os maiores entraves. O entrave mesmo é ter pessoas capacitadas e habilitadas para trabalhar nesses setores”, ponderou.