Categorias: Brasil

CNJ vai comunicar vítimas sobre prisão de agressor, diz Cármen Lúcia

A presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Cármen Lúcia, defendeu nesta segunda-feira (19) a atualização do banco nacional de mandados de prisão para que as vítimas de crimes violentos, ou seus familiares, sejam comunicados sobre a prisão ou soltura do suposto agressor.

A modernização do banco de dados tem como objetivo, disse ela, melhorar a comunicação entre as varas criminais de todo o país, facilitando a comunicação sobre a prisão de um acusado em outro Estado.

A ministra, também presidente do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), responsável pelo projeto, disse que a modernização deve incluir a comunicação à vítima ou a seus familiares.

“Temos uma enorme dívida com as vítimas e familiares de vítimas, que não recebem nenhuma notícia do Estado sobre o que aconteceu. Não se diz se foi preso o suposto agressor. Eles têm o direito de saber. O direito de receber uma resposta sobre a situação em que está o processo. Essa pessoa que teve alguém da família vitimada por um ato de violência […] às vezes desfacela um ódio permanente contra o Estado”, afirmou ela, na palestra “Brasil pela paz” no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Ela disse também que “é errado dizer que a polícia prende e o juiz solta”.

“Não há prisão por determinação policial no Brasil. No Brasil, qualquer prisão é determinada pelo juiz, e a soltura também. A responsabilidade pelo preso é nossa. Temos que saber quem está, por que e por quanto tempo e em que condições ele está preso”, disse ela.

Uma das medidas defendidas pela ministra foi a proibição para que gestantes presas tenham seus partos realizados algemadas ou dentro de penitenciárias.

“Estou aplicando, nada mais, nada menos, uma lei do Império: a lei do ventre livre. Não se pode nascer um brasileirinho que nada fez dentro de uma penitenciária”, afirmou ela.

Cármen Lúcia disse que o CNJ vai inaugurar duas unidades de Apacs (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados) voltado para menores infratores. O modelo prevê cursos profissionalizantes e atividades que tenham como objetivo ressocializar o detento.

“O sistema penitenciário tem uma situação desoladora. São cerca de 650 mil pessoas cumprindo pena sem uma identificação precisa. […] As condições não são de degradação. São condições de não-humanidade. Não se aboletam nem bichos do jeito que tenho visto, por onde tenho passado”, declarou.

Protesto

Ao fim da palestra, sete pessoas levantaram com cartazes pedindo ao STF para que “anulem o golpe” -referência ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. A segurança do tribunal retirou do auditório um homem que gritava palavras de ordem.

Cármen Lúcia deixou o auditório sem falar com a imprensa. (Folhapress)

Leia mais:

 

 

 

Thais Dutra

Notícias Recentes

Com time reserva, São Paulo vence Atlético-GO que atinge 14 derrotas no Brasileirão

Nem a mudança de técnico alterou a rotina do Atletico-GO no Campeonato Brasileiro da Série…

11/08/2024

Equipe da França auxilia na remoção de motores da aeronave da Voepass e primeiros corpos são identificados

Neste domingo (11), o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força…

11/08/2024

Polícia prende quadrilha especializada em furtar cartões presos em caixa eletrônico

Uma ação conjunta entre PMGO, PMDF E PMCE prendeu 4 integrantes de uma quadrilha que…

11/08/2024

Médica que iria embarcar em avião que caiu em Vinhedo mudou passagem após pressentimento do pai

A médica Juliana Chiumento comprou uma passagem para a viagem programada na tarde de sexta-feira…

11/08/2024

Licença-paternidade : Conheça a importância e as regras desse benefício

Conforme a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 115 países oferecem o benefício da licença-paternidade. No…

11/08/2024

“Saúde não é despesa, é investimento”, afirma Vanderlan Cardoso

“Saúde não é despesa, é investimento, principalmente na atenção primária”, ressaltou Vanderlan ao tratar da…

11/08/2024