Criticado pelo estilo verborrágico, o candidato do PDT à sucessão presidencial, Ciro Gomes, reconheceu nesta sexta-feira (20) que comete erros e que nunca teve a pretensão “de ser um anjo”.
Na chegada de convenção nacional do partido, que oficializou a sua candidatura presidencial, ele afirmou que o seu estilo direto foi herdado de sua família, que é intransigente com a “imoralidade e com o descompromisso popular”.
“Não sou superior, nem imune nem vacinado a erros. Tenho trabalhado praticamente dez horas por dia e a minha ferramenta de trabalho é a palavra. Evidentemente que posso errar aqui e ali, porque nunca tive a pretensão de ser um anjo”, disse.
A postura imprevisível e o temperamento forte do presidenciável vinha trazendo insegurança e sendo criticada pelo bloco de centro, que, após uma série de reuniões, preferiu apoiar a candidatura de Geraldo Alckmin, do PSDB.
No discurso à militância do partido, Ciro disse que chegou a pensar em deixar a política brasileira, mas que acabou convencido a disputar pela terceira vez a sucessão presidencial.
“Eu não queria mais participar da política brasileira, enojado que eu estava com tudo o que vi acontecer. Eu brincava que, antes da política, eu atacava os meus adversários. E que, de um tempo pra cá, comecei a criticar meus amigos”, disse.
No mesmo evento, aliados do presidenciável defenderam seu gênio forte. Para o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, não há como ser “mole” com “tanta desgraça” no país.
“A maior crítica que fazem a ele é que ele é duro nas palavras. Como ser mole em um país com tanta desgraça, com um golpista no Palácio do Planalto”, questionou, em uma crítica ao presidente Michel Temer.
O coordenador geral da campanha, Cid Gomes. disse que o povo brasileiro não tolera mais “falsidade” e “promessa fácil”.
“O que o Ciro tem feito é ter tido sempre uma postura franca. E isso desagrada alguns. Mas ele vai continuar do jeito que é: franco, sincero, amante e apaixonado”, disse.
Ele lembrou da polêmica envolvendo o vereador Fernando Holiday (DEM-SP), que foi chamado de “capitãozinho do mato” por Ciro. A declaração levou o Ministério Público a abrir uma investigação por injúria racial.
“Um grande problema da causa negra no Brasil são negros a serviço da Casa Grande. Quando isso acontece no mundo da política, o Ciro denuncia. E isso muitas vezes cria problemas e traz antagonismos”, disse.
Sem o apoio do centrão, Ciro foi oficializado candidato à sucessão presidencial sem o anúncio de nenhum apoio e sem a definição de um candidato a vice-presidente. (Folhapress)
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